CTB RS une campo e cidade nos cem anos do Dia da Mulher
Com a integração das mulheres do campo e da cidade e a unidade das trabalhadoras e trabalhadores é possível avançar para uma sociedade mais justa e igualitária. Assim os dirigentes da CTB RS sintetizaram suas falas durante a atividade em homenagem aos 100 anos do Dia Internacional das Mulheres e ao 8 de março 2010. O encontro, que reuniu mais de 1.500 pessoas, no sábado (13), no Balneário Municipal de Maquiné, Litoral Norte do Estado, contou com a parceria da Federação dos Comerciários e Fetag.
Publicado 15/03/2010 22:01 | Editado 04/03/2020 17:11
A atividade discutiu as muitas conquistas das mulheres desde o direito ao voto, o reconhecimento da trabalhadora rural como profissão, o direito à propriedade pela mulher, a importância da agricultura familiar e a conscientização e preservação do meio ambiente. Políticas públicas, combate à violência contra as mulheres, educação, saúde, cultura e creche públicas. Tudo isso em busca de igualdade de direitos e qualidade de vida para mulheres e homens. No segundo momento o encontro contou com apresentações culturais, dança, música, teatro e talentos do povo.
Conscientização Política e Ecológica
Alexandre Scheifler, assessor da Fetag para o meio ambiente, falou da importância de ser pensar a economia sustentável atendendo as necessidades dos que vivem no campo sem agredir o meio ambiente. Scheifler também alertou para que os trabalhadores rurais não sejam apontados como vilões do meio ambiente. “A preservação e as formas como são usados os recursos naturais é uma responsabilidade de todos, do campo e da cidade”, advertiu.
Jussara Cony, superintendente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), tratou a história de luta das mulheres do século XX como belíssima. “O papel da mulher na sociedade foi um dos marcos do século”, afirmou. Jussara também falou que é preciso ultrapassar os limites do corpo e da alma e dar visibilidade às lutas políticas das mulheres. “Este é o século da participação política das mulheres que devem estar na linha de frente da política e estar a frente das instituições, mas não basta ser mulher é preciso estar do lado dos trabalhadores”, defendeu.
Um dia histórico para a CTB
“Este ato foi um marco histórico para a CTB e para a luta das mulheres do Rio Grande do Sul, superou nossas expectativas”, disse o presidente da CTB/RS Guiomar Vidor. Segundo ele, o ato de comemoração dos 100 anos do Dia Internacional das Mulheres serve para construir a união das trabalhadoras do campo e da cidade o que é um avanço significativo para a luta de todos os trabalhadores. “Foi um ato representativo político e sindical e afirmou as bandeiras atuais pela valorização do salário mínimo, redução da jornada para 40 horas, o fim do fator previdenciário e o reajuste dos aposentados. Estas conquistas vão significar melhores condições de vida e mais dinheiro no bolso dos trabalhadores”, completou Vidor. O presidente da CTB também salientou a importância da conscientização para a escolha de um projeto para o Brasil. “Este ano temos a oportunidade de escolher a continuidade do desenvolvimento, não podemos permitir o retrocesso”, alertou.
Lérida Pavanelo, secretaria da Mulher da CTB/RS, disse que sem as mulheres na base não acontece o movimento sindical, sem trabalhadoras da roça e da cidade não acontece a vida e o trabalho. “Cem anos é muito pouco para representar a nossa caminhada, antes disso as mulheres já lutavam. Temos muito a comemorar e muito o que buscar. A CTB e a Fetag fazem o seu papel na construção de um mundo igual para todas e todos”, discursou a líder rural. “A unidade das urbanas com as rurais foi uma experiência maravilhosas e deve permanecer”, conclamou.
Sérgio Miranda, vice-presidente da CTB/RS, lembrou que o 8 de março é um dia de comemoração e de reflexão sobre “o quanto precisamos avançar nas nossas lutas”. Ele lembrou também que até 1988 as mulheres rurais não tinham a profissão reconhecida.
Silvana Maria da Silva, Secretaria da Mulher da Fecosul, disse que como dirigente se sentia orgulhosa e gratificada pela participação e integração das mulheres do campo e da cidade. “Para combater a violência e a discriminação, ainda existente na sociedade, é urgente a nossa união”, declarou Silvana.
Abgail Pereira, secretaria nacional da Mulher da CTB, reafirmou a perspectiva de igualdade social e a principal luta que é a emancipação feminina, como uma luta de toda a classe trabalhadora. “Este foi um dia maravilhoso, vai ficar na história, saímos daqui com a certeza da nossa luta e com mais vontade de lutar”, vibrou Abgail. A dirigente nacional também destacou a presença importante de homens da direção estadual e nacional da CTB como Sérgio Miranda, Vicente Selistre e Guiomar Vidor, assim como vários dirigentes sindicais. Abgail ainda saudou a organização, a unidade e a alegria da atividade. Assim como as parcerias que estão dando certo no RS na busca de um mundo sem fome e sem violência para mulheres e homens de todas as gerações.
Para o vice-presidente da CTB Nacional , Vicente Selistre, o evento comprovou os princípios de fundação da Central que é lutar permanentemente pelo direitos das mulheres para alcançar o crescimento da luta dos trabalhadores.
A coordenadora da Regional Litoral, Madalena Marks, disse que as mulheres agricultoras e urbanas têm a mesma luta. “Estou radiante e só tenho a agradecer. E espero aumentar a parceria com a CTB”, destacou a trabalhadora rural.
Participação de lideranças e instituições importantes engrandeceram a atividade da CTB como o prefeito de Maquiné, Alcides Scussel, deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB/RS), gabinete do deputado estadual Heitor Schuch (PSB), vereadores da região, coordenadores regionais da Fetag, Emater, INSS, dirigentes sindicais rurais e urbanos.
Mais uma atividade alusiva ao Dia Internacional da Mulher vai acontecer no próximo dia
16 de março, terça-feira, no Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, com o lançamento do Livro Mulheres e Direitos Humanos. A atividade é uma parceria da CTB com a Coordenadoria da Mulher da Cidade.
Marcia Carvalho