Nilvaldo Santana: Novos cenários da sucessão em São Paulo
Há algum tempo, dez em cada dez analistas políticos tinham uma opinião formada: o PSDB vai sobreviver em São Paulo, apesar das dificuldades nacionais. Essa certeza, hoje, se transformou em uma imensa dúvida. Os desencontros tucanos em relação à sucessão presidencial parecem ter contaminado o projeto político estadual do partido.
Por Nivaldo Santana, em seu blog
Publicado 12/03/2010 14:40
Uma soma razoável de problemas passou a povoar o teatro de operações do PSDB paulista. O prefeito Kassab, fiel aliado do governador Serra, viu sua popularidade despencar com as enchentes, o aumento das tarifas de ônibus e do IPTU, a sujeira espalhada pela cidade e a sua política de desaparelhamento das áreas de assistência social do município.
No ninho dos tucanos há mais espinhos do que rosas. Persiste a proverbial indefinição partidária. Apesar dos salamaleques, o plano de voo de Aécio Neves conspira contra as ambições presidenciais de Serra.
As diatribes entre os tucanos não se limitam a São Paulo e Minas. Mesmo serristas de carteirinha não se pejam de tornar públicas suas divergências com a estratégia de Serra de adiar para abril a divulgação oficial de seu nome como candidato. Alegam, com certa razão, que até lá a candidatura pode naufragar.
Se o céu não é de brigadeiro para os tucanos no Brasil e em São Paulo, também não se pode dizer que o mar é de almirante para a oposição paulista. A vantagem é que, agora, a perspectiva de vitória oposicionista, antes uma miragem, hoje é uma possibilidade não desprezível.
A rota da oposição apresenta três opções: 1) candidatura única de Ciro Gomes para governador; 2) duas candidaturas, uma do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, pelo PSB, e outra do PT, provavelmente a do Senador Aloísio Mercadante; 3) por último, uma reaglutinação de todos os partidos de oposição em torno de uma chapa com Mercadante e Skaf.
O jornal “Valor Econômico” desta quinta-feira, 11, especula que estaria em gestação uma aliança do senador petista e do presidente da Fiesp para a disputa do governo estadual. Essas tratativas seriam uma resposta para a hipótese de Ciro Gomes não disputar eleição este ano.
O tabuleiro, portanto, ainda não está montado. As eleições em São Paulo, talvez mais do que em outros estados, sofrem impactos diretos da disputa presidencial. Por tudo isso, abre-se uma interessante janela de oportunidades para se construir uma nova perspectiva para o Estado. É preciso muita calma nestas horas…
Fonte: Blog do Nivaldo