Estados Unidos tentam pressionar o Brasil para punir o Irã
O governo dos Estados Unidos montou uma sequência de visitas ao Brasil para pressionar o governo a acompanhá-lo na sua inadmissível política de sanções contra o Irã. Nesta sexta-feira (26) chega ao Brasil o subsecretário de Estado para Assuntos Políticos dos Estados Unidos, William Burns. Essa visita é preparatória da visita da secretária de Estado, Hillary Clinton, que estará np Brasil na próxima quarta-feira (3).
Publicado 26/02/2010 13:03
O governo de Barack Obama quer reunir aliados para punir o Irã por seu programa nuclear. Como o Brasil ocupa, atualmente, uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, o apoio do País é considerado importante para sustentar a posição dos EUA de que o Irã seja penalizado por seu programa de enriquecimento de urânio.
O Brasil é um dos dez membros rotativos do Conselho e há algum tempo tem se manifestado contra a imposição de sanções contra o país islâmico. Durante viagem a Cancún, no México, Lula defendeu a relação do Brasil com o Irã, afirmando que o objetivo é não encurralar e isolar o país.
"Nós queremos construir a possibilidade de ter a paz no mundo", disse. "Se queremos paz no mundo, não podemos deixar ninguém isolado."
O governo brasileiro defende o direito dos iranianos de desenvolver um programa nuclear próprio, desde que seja para fins pacíficos. Lula é favorável que a ONU busque o diálogo com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
Os Estados Unidos e alguns de seus aliados são contrários a iniciativa de Ahmadinejah de incluir no programa nuclear do país a produção de urânio enriquecido a um nível de 20%. Eles acusam o país de querer produzir armas nucleares. E admitem que quer impor sanções ao Irã, para isolá-lo e impedir que eles desenvolvam o seu programa nuclear.
Os iranianos garantem que o projeto tem finalidades pacíficas e está de acordo com as normas do Tratado de Não Proliferação Nuclear, do qual é signatário.
Responsável por consultas entre o P5+1 – o grupo formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França) mais a Alemanha para lidar com a questão nuclear iraniana -, Burns vai dar início ao processo de pressão que os Estados Unidos pretende fazer ao Brasil.Burns estará em Brasília cinco dias antes da chegada de Hillary. Hoje ele se encontra com a sub-secretária de Assuntos Políticos do Itamaraty, Vera Machado, e com o ministro Celso Amorim.
Hillary Clinton inicia turnê pela América Latina no domingo (28). Além do Brasil, ela visitará o Uruguai, o Chile, a Costa Rica e a Guatemala. As viagens de Hillary e Burns pela América Latina antecedem a visita de Obama à região, que deverá ocorrer em meados do segundo semestre deste ano.
Da sucursal de Brasília
Com agências