Dirigentes do PCdoB recebem comunistas do PC do Japão
Conhecer melhor as experiências antiimperialistas latino-americanas para melhor implantá-las em seu país. Esse tem sido um dos principais objetivos do Partido Comunista do Japão. O país oriental concentra hoje o maior número de bases estadunidenses; são 90, com cerca de 40 mil soldados ao todo. Nesta quarta-feira (24), dois dirigentes japoneses visitaram a sede do PCdoB em São Paulo.
Publicado 26/02/2010 19:23

“Nosso partido tem prestado muita atenção ao que tem acontecido na América Latina, sobretudo no Brasil, porque os países da América Latina passaram por uma longa história de dominação dos Estados Unidos e nos últimos anos têm vivido um movimento independente de busca por um caminho próprio”, disse Yonezo Kanda, vice-diretor do Departamento Internacional do PCJ.
Acompanhado por Yoshisha Matsushima, membro do mesmo departamento, ele foi recebido por Ricardo Abreu “Alemão”, secretário de Relações Internacionais e Ronaldo Carmona, membro da SRI.
“Essa experiência é um exemplo para nós porque nosso país também é ocupado pelos EUA há muito tempo. Ou seja, também precisamos conquistar nossa autodeterminação, retirando os estadunidenses de nosso território”, completou Kanda.
Fundado também no ano de 1922, o PCJ tem hoje 400 mil membros e, nas eleições parlamentares de setembro de 2009 conseguiu 7,5% dos votos, ou 4,5 milhões do total, figurando hoje como o quarto partido mais importante do país.
Desde o final da Segunda Guerra, o Partido Liberal Democrata, conservador, estava no poder. A grave crise capitalista – que teve efeitos ainda mais nefastos sobre a economia japonesa – acabou ajudando a chegar ao poder o Partido Democrata que, embora seja originário de uma cisão do PLD, se propôs a fazer um governo diferente, inclusive tratando da retirada das bases estadunidenses.
“O novo governo continua sendo pró-EUA e pró-interesse dos grandes monopólios. Se continuar seguindo este caminho, não poderá fazer mudanças profundas em nosso país. Mas, essas mudanças nossa sociedade têm aberto mais espaço para que possamos introduzir algumas transformações, mesmo que pontuais”, disse Kanda. “Por isso, nos colocamos como um partido de oposição construtiva”, completou.
“A luta dos comunistas japoneses pela paz e contra as bases estadunidenses é muito importante; é um dos principais símbolos da luta antiimperialista. Valorizamos e nos solidarizamos com essa causa e com a atuação do PCJ em prol da autodeterminação de seu país”, finalizou Alemão.
Da redação