Primeira-ministra desiste de questionar eleições ucranianas
Derrotada nas urnas por estreita margem no início do mês, a primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Tymoshenko, anunciou neste sábado (20/2) a retirada de sua contestação judicial ao resultado do segundo turno das eleições presidenciais do país. Tymoshenko queria uma segunda rodada de votos como aconteceu durante a "Revolução Laranja" de 2004 que acabou com a vitória de Viktor Yushchenko. Naquela época, Yanukovich foi impedido de assumir o posto por protestos alegando fraude eleitoral.
Publicado 20/02/2010 20:15
Tymoshenko, da Ucrânia, desiste de processo contra eleição
Derrotada nas urnas por estreita margem no início do mês, a primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Tymoshenko, anunciou neste sábado (20/2) a retirada de sua contestação judicial ao resultado do segundo turno das eleições presidenciais do país. Yulia alegou ter retirado a contestação porque a corte teria se recusado a analisar documentos os quais, segundo ela, demonstrariam que o resultado do pleito foi forjado. A primeira-ministra disse à imprensa que não pode confiar nos tribunais para darem um veredito imparcial.
Antes de ser primeira-ministra, Iúlia foi considerada a aliada mais importante do então líder da oposição Viktor Yushchenko. Ela ganhou extrema visibildade durante as eleições ucranianas de 2004, quando um golpe civil levou à anulação do pleito, vencido pelos governistas, e acabou alçando Yushchenko ao poder (episódio que ficou apelidado como Revolução Laranja). Durante esse periodo, os meios de comunicação ucranianos a chamavam de "Joana d'Arc da Revolução Laranja"
As eleições presidenciais ucranianas de 2010 foram realizadas em 17 de janeiro em 1º turno e em 7 de fevereiro em 2º turno. A decisão da belicosa Tymoshenko abriu caminho para que Viktor Yanukovich, vencedor do pleito, assuma o poder no dia 25 de fevereiro. A primeira viagem oficial de Yanukovich será a Moscou, de acordo com comentários de seu partido e do Kremlin.
O líder da oposição, Viktor Yanukovich, teve a preferência de 48,49% do eleitorado, enquanto sua rival, Yulia Tymoshenko, atingiu a marca de 45,92%, de acordo com a Comissão Eleitoral do país. Yulia havia afirmado que iria à Justiça para tentar impugnar as eleições, sob alegação de fraude. Observadores internacionais afirmam que o processo eleitoral foi honesto. A vantangem de vitória de Yanukovich é de apenas 3,48%.
A carismática primeira-ministra de 49 anos, que havia acusado o oponente de fraude eleitoral no segundo turno das eleições de 7 de fevereiro, havia pedido uma segunda rodada do pleito, mas disse que desistiu de seguir em frente com o caso porque o tribunal recusou-se a avaliar as provas que ela apresentou. Ela insistiu que Yanukovich não foi eleito de maneira legítima.
"Ficou claro que o tribunal não tinha como objetivo estabelecer o que aconteceu de verdade," ela disse ao alto tribunal administrativo. Sob essas circunstâncias, simplesmente não vemos motivo para continuar com o processo", acusou Tymoshenko.
Yanukovich, de 59 anos, nega que houve qualquer fraude eleitoral. Poucos analistas esperavam uma vitória de Tymoshenko nos tribunais, mas o anúncio repentino de que ela desistiria do caso aberto na sexta-feira causou surpresa.
Tymoshenko queria uma segunda rodada de votos como aconteceu durante a "Revolução Laranja" de 2004 que acabou com a vitória de Viktor Yushchenko. Naquela época, Yanukovich foi impedido de assumir o posto por protestos alegando fraude eleitoral.
"Uma eleição fraudulenta aconteceu e a vontade do povo foi manipulada de forma fraudulenta. Mais cedo ou mais tarde um procurador honesto e um tribunal honesto decidirão que Yanukovich não foi eleito presidente da Ucrânia," disse ela.
Após uma campanha dura, marcada por insultos em ambos os lados, Yanukovich eliminou qualquer possibilidade de aliança com Tymoshenko e pediu a ela que renunciasse. Ela se recusa e só pode ser derrubada se Yanukovich conseguir realizar uma coalizão com os deputados no parlamento – normalmente uma tarefa longa e difícil. Se ele não conseguir, pode ter de convocar eleições parlamentares extaordinárias.
Da redação, com agências e Wikipedia