Novas sanções contra Irã não solucionam nada, diz Rússia
O governo russo afirmou nesta quarta-feira (10) que aplicar novas sanções contra o Irã em relação a seu programa nuclear não são solução para nada, embora novas medidas "punitivas" pareçam mais "realistas" agora.
Publicado 10/02/2010 18:31
"Nesta nova situação, é claro que, sobre as sanções, esboçar uma resolução com novas medidas se transformou em algo mais realista", afirmou à agência russa Interfax o vice-ministro das Relações Externas Sergei Ryabkov.
Entretanto, o representante do governo afirmou que o ponto de vista do seu país em relação a qualquer tipo de sanção é de que ela não solucionaria o problema, agregando que as potências ocidentais tentam pressionar a Rússia, um dos cinco países com direito a veto no Conselho de Segurança da ONU, a consentir com mais medidas contra o Irã.
Os Estados Unidos tem pressionado o Irã a aceitar um acordo que determinaria o envio de urânio enriquecido para o exterior para um processo de maior enriquecimento, para em seguida ser devolvido ao país e abastecer o reator de pesquisas existente em Teerã, que produz isótopos usados na medicina.
O Irã quer que a troca seja feita em seu próprio território, argumentanto que se embarcar todo o urânio enriquecido que tem, não terá garantias concretas de que esse urânio será realmente devolvido. O Irã afirma isso baseado em violações contratuais cometidas pelos países ocidentais em várias negociações anteriores com o país.
O reator de pesquisa de Teerã está ficando sem combustível e, como o país já não confia mais na Agência Internacional de Energia Atômica para obter o combustível necessário, passou a enriquecer o urânio a 20% em seu próprio território.
O porta-voz do Ministério das Relações Externas Ramin Mehmanparast disse na terça-feira que o Irã não pode esperar pelos países ocidentais "gastarem tempo" enquanto mais de 850 mil pacientes de câncer tem urgência em receber tratamento radioterápico.
Após uma ordem dada pelo presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, o Irã anunciou na terçã-feira que começou a enriquecer urânio a um nível de 20% na usina de enriquecimento de Natanz, para atender às demandas domésticas.
Pouco depois do anúncio do Irã, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama ameaço o país do Oriente Médio com um "significativo regime de sanções".
O Irã afirma que, como signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, tem o direito de enriquecer urânio a 20%, argumentando que uma troca de combustível com países ocidentais não garantiria ao país outros meios de fornecer o combustível.
Autoridades em Teerã garantira, entretanto, que ainda estão abertos ao diálogo sobre a troca, reiterando que suas preocupações devem ser levadas em conta.
Da redação, com agências internacionais