Costa discutirá sucessão de Minas com Lula

Na viagem que fará hoje, de Brasília até Belo Horizonte, acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), terá oportunidade de deixar claro qual é a sua posição com relação ao processo suces-sório em Minas.

Costa tem insinuado com fequência que o PMDB poderia vir a se aliar com o PSDB do governador Aécio Neves, o que irritou profunda e generalizadamente os petistas mineiros.

Na avaliação do PT mineiro, uma aproximação do PMDB com os tucanos em Minas representaria uma traição ao próprio presidente Lula, já que Costa faz parte de seu Governo. Para o Planalto, o importante agora é consolidar, por parte da base que garante sustentação ao presidente Lula, apoio à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em 2010.

“O PMDB precisa deixar logo claro de que lado está”, tem reiterado o presidente estadual do PT, deputado federal Reginaldo Lopes. A posição do presidente petista é partilhada por parte da mili-tância, englobando aí tanto os aliados do ex-prefeito Fernando Pimentel, quanto os correligionários do ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias. Os dois disputam a preferência do partido para concorrer ao Palácio da Liberdade no próximo ano.

Para o PT mineiro, o ministro das Comunicações, mantendo a postura que vem tendo ultimamente, reforçaria a quebra de lealdade que o presidente Lula espera de seus ministros. No caso específico da disputa interna petista, Lula não deverá interferir no processo, deixando que o próprio partido encontre o melhor caminho em Minas, desde que convergente no apoio a Dilma.

Avaliação dentro do próprio PT mineiro indicou que houve, inclusive, uma reação negativa da militância no momento em que o ministro Patrus admitiu a aproximação com o PMDB, antes mesmo de uma definição clara do partido. O PT, ainda conforme alguns de seus dirigentes, nunca descartou uma aliança com o PMDB de Minas – mesmo porque seguiria uma tendência nacional -, mas primeiro quer ter certeza dos propósitos de Hélio Costa.

“Enquanto esta suspeita (de um acordo entre Hélio Costa e Aécio Neves) pairar no ar, não há clima para conversações com o PMDB, com vistas a um entendimento mais conclusivo”, avaliou um líder do PT. “Não dá para se sentar em uma mesa de negociação enquanto este tipo de jogo continuar sendo feito”. Só depois que esta questão for definida é que o PT entende que deve iniciar as conversas sobre aliança.

Fonte: Jornal Hoje em Dia