Aldo Arantes quer que militares falem sobre Guerrilha do Araguaia
Integrante do grupo de trabalho criado pelo Ministério da Defesa para tentar localizar e identificar os restos mortais dos desaparecidos da Guerrilha do Araguaia, o ex-deputado Aldo Arantes (PCdoB) considera imprescindível que os militares que participaram da última fase dos combates entre opositores do regime militar e tropas do Exército revelem o que sabem sobre os locais onde os mortos em combate foram enterrados. A Guerrilha do Araguaia era organizada pelo PCdoB.
Publicado 31/07/2009 15:13
Para o comunista, diante da dimensão da área onde os despojos podem estar enterrados e das mudanças ocorridas na região com o passar do tempo, dificilmente as ossadas serão encontradas sem a colaboração de ex-combatentes militares.
"Ex-mateiros nos ajudaram a identificar alguns pontos (que ainda serão escavados em busca de ossadas ou restos mortais), mas eu considero indispensável que os militares que participaram da reta final sejam ouvidos pois são essas pessoas que efetivamente sabem onde estão os restos mortais dos guerrilheiros. Além deles, ninguém mais tem a certeza de como se deu a campanha", declarou Arantes à Agência Brasil.
De acordo com o ex-deputado, a maioria dos militares presentes à época dos combates já está na reserva e só poderá ser ouvida caso se disponha a prestar depoimento voluntariamente ou caso seja intimada judicialmente.
"Não me cabe discutir de que forma isso será feito, mas acho que é imprescindível tomar as medidas que forem necessárias para que estas informações sejam obtidas. Se esses militares não forem ouvidos, vai ficar difícil, senão impossível, chegar a um resultado que atenda às aspirações dos parentes dos mortos e desaparecidos", concluiu o Arantes.
Na condição de observador independente, o ex-deputado acompanhou sete dos 14 dias em que o grupo, coordenado por militares do Exército, realizou o reconhecimento da área, etapa concluída nesta terça-feira (28). Ele considerou "pouco precisas" as indicações preliminares colocadas à disposição do grupo a respeito dos locais de busca, mas concluiu que, nesta primeira fase, os militares se empenharam em proporcionar as condições necessárias aos trabalhos.
"Do ponto de vista operacional, ficou claro que houve um empenho. A questão é se estamos, de fato, atuando onde os corpos estão. Não adianta haver empenho se as informações não forem precisas", disse Arantes, concluindo que somente o resultado final das buscas vai demonstrar o quanto o Exército e o Ministério da Defesa se empenharam em localizar os corpos ainda desaparecidos.
Fonte: Agência Brasil