Trabalhadores ocupam Prefeitura de Canindé
Manifestantes reivindicam pagamento do seguro safra deste ano e pedem 10 mil cestas básicas à Prefeitura
Publicado 17/07/2007 11:02 | Editado 04/03/2020 16:37
Cerca de 700 trabalhadores rurais ocuparam, na manhã de ontem, a sede da prefeitura de Canindé, no Sertão Central. O motivo, alegado pelos integrantes do Movimento Sem Terra (MST), está no atraso do pagamento das parcelas do seguro safra deste ano. Uma reunião foi realizada com o prefeito da cidade, Antônio Glauber Gonçalves Monteiro, mas nada foi resolvido. Por este motivo, o ato continuará por tempo indeterminado. Está prevista, para hoje, outra reunião com o gestor.
De acordo com o coordenador estadual do MST, Júnior Mendes, os agricultores só receberam a parcela do seguro referente ao mês de maio, faltando os meses de junho, julho e a última parcela a ser paga no fim de agosto. “Pedimos a agilidade do prefeito em efetuar o pagamento. Nossa ocupação é por tempo indeterminado”.
Além das reivindicações sobre o suposto atraso no pagamento do seguro safra, os integrantes do MST também solicitam, do gestor municipal, a distribuição de 10 mil cestas básicas para as famílias do MST e demais famílias que residem nas periferias do município. “Queremos também uma frente de trabalho, ou seja, precisamos de trabalhos emergenciais para aqueles que não puderam ser beneficiados com o seguro”, completa Mendes. Segundo ele, é preciso que a Prefeitura também realize obras no município, como a recuperação de açudes, construção de poços e de estradas. Mendes conta que Canindé encontra-se em situação de calamidade pública. “As famílias do Interior passam por necessidades, com a falta de água e comida. Neste ano, 80% da produção de grãos do Estado foi comprometida e as regiões mais afetadas são as do Sertão e Sul do Estado”.
Conforme o coordenador, as famílias vão permanecer até que o prefeito do município atenda a pauta de reivindicação dos trabalhadores. “Queremos uma audiência com o governo do Estado para tratar do assunto”, informou. “A previsão é que, até o meio-dia de hoje (ontem) o prefeito converse com a gente. Caso as nossas reivindicações sejam aceitas, podemos parar a mobilização, mas ainda não temos prazo para chegar ao fim”, destaca o coordenador. “Queremos também que a educação no município seja melhorada e que as comunidades rurais tenham acesso à energia elétrica. Precisamos discutir nossa situação em uma audiência com a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado (SDA). Estamos com 500 famílias na ocupação, mas podemos chegar até 800 agricultores amanhã (hoje)”, disse.
Segundo o gestor, Glauber Monteiro, o pagamento do seguro safra não está atrasado e que a Prefeitura possui até o final de agosto para regularizar o pagamento. Sobre a quantidade de cestas básicas, o prefeito informou que a administração não possui condições financeiras para atender a solicitação de 10 mil cestas conforme o MST reivindica.
Fonte: DN