Prefeito da Capital, Dário Berger (PSDB), enfrenta CPI e isolamento
Sob ameaças de virar alvo de uma comissão processante (que pode afastá-lo do cargo) o prefeito de Florianópolis Dário Berger (PSDB) não tem apenas os documentos levantados pela Polícia Federal contra si. Além de ter que se defender de denúncias de favorec
Publicado 16/07/2007 19:59 | Editado 04/03/2020 17:14
No cenário atual, Dário tem rixas graves com o casal Esperidião e Angela Amin, a senadora Ideli Salvatti, petistas, comunistas e peemedebistas da Capital, além da cúpula do ex-PFL, antigos correligionários do ex-prefeito em São José. ''Na época que ele saiu do partido houve uma debandada geral de lideranças. Isso mexeu com a legenda em São José. De lá para cá não houve nenhuma aproximação entre os lados'', disse César Souza Júnior (DEM), integrante da direção do novo PFL.
O PCdoB, na linha de frente de oposição ao prefeito da capital, está atento ao cenário político. A vereadora Angela Albino, líder da bancada do Partido na Câmara de Vereadores e presidenta da Comissão de Constituição e Justiça, destaca que os novos fatos revelados pela Polícia Federal explicam a inércia do prefeito com relação às denúncias que recaem sobre seu governo.
Nem mesmo as providências tomadas pela Câmara, determinando a perda do mandato dos vereadores acusados, animaram Dário Berger a instaurar inquérito para investigar as denúncias que atingiam a sua administração. “A câmara deu uma demonstração inequívoca de que um novo tempo se aproxima. De que as velhas práticas não encontram mais lugar. É momento da sociedade pensar se deseja a permanência do prefeito Dário Berger à frente do executivo”, analisa a líder do PCdoB.
O isolamento de Dário não se resume apenas na distância mantida pelos adversários. Dentro do próprio ninho tucano há sérias divergências. O presidente estadual do PSDB, Dalírio Beber, não engoliu até hoje a vontade pública do prefeito de sair do partido. ''A filiação é um ato de vontade. Dário Berger não tem mais participado das atividades político-partidárias'', disparou Dalírio, deixando a entender que não tem mais responsabilidade em defender o correligionário.
Vereador e deputado fazem parte da ''tropa de choque''
Líder de governo na Câmara da Capital, o vereador Deglaber Goulart (PSDB) trabalha na defesa do prefeito Dário Berger. E pode esquentar ainda mais a briga política da cidade. Ele é o relator da CPI da Moeda Verde e já antecipou a vontade de chamar a ex-prefeita Angela Amin (PP) para depor.
PSDB dá ultimato a Dário Berger
A repercussão nacional das gravações telefônicas em que o prefeito articula a aprovação da chamada Lei dos Hotéis enfraqueceu ainda mais a relação entre Berger e as cúpulas estadual e nacional do partido. Mas o desgaste começou no início do ano, quando o prefeito admitiu publicamente que estudava uma troca de sigla.
O episódio culminou com a desfiliação do irmão do prefeito, o deputado federal Djalma Berger (PSB), em fevereiro. Na época, Dário Berger admitiu um ''namoro'' com o partido escolhido pelo irmão e convites do PMDB, mas permaneceu no ninho tucano.