Livro de Ricardo Ohtake conta os cem anos de Oscar Niemeyer
Ricardo Ohtake formou-se arquiteto na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, mas considera-se um designer gráfico. Quando menciona o convite que lhe foi feito para escrever sobre um dos brasileiros mais reconhecidos no mundo, e
Publicado 16/07/2007 17:53
O livro Oscar Niemeyer (Publifolha) faz um relato dos cem anos de vida dessa importante personalidade da história do Brasil. Ohtake conta que, na década de 30, o racionalismo se implantava no mundo por meio das linhas retas, uma expressão da indústria.
“Niemeyer entrou com as curvas. Na época tínhamos um país agrícola, e um brasileiro abriu um novo caminho para o racionalismo mundial. Não há como medir a sua contribuição – era um avanço em novas frentes do modernismo.”
Livros lançados e a revista Módulo, fundada por Niemeyer em 1955, foram algumas maneiras encontradas por Ohtake para acompanhar seus trabalhos e reunir material para o livro. As declaradas posições políticas do arquiteto é outra característica marcante de sua trajetória.
Apesar de Niemeyer afirmar que, em seu discurso, sabe separar a palavra do projeto, o autor discorda; considera que suas obras partem do conceito de conceber espaços não-exclusivistas e priorizam o coletivo sobre o individual. “Quando desenvolveu um projeto como o do Ibirapuera, por exemplo, ficou clara a preocupação da criação de espaços democráticos onde todo mundo se mistura.”
A importância do arquiteto brasileiro no mundo foi constatada por Ohtake quando ele participou da inauguração da Pirâmide do Louvre, em 1989. Ieoh Ming Pei, responsável pela intervenção arquitetônica no prédio histórico, dirigiu-se a ele e disse que Niemeyer foi muito importante para sua geração e expressou seu imenso respeito pelo arquiteto.
O autor resume: “Basta conviver com Niemeyer para enxergar nele tudo de interessante que a gente vê em seu trabalho”. Cerca de 22 países já lançaram material variado sobre o arquiteto. Até 2005, foram publicados 53 livros e periódicos, além de 18 filmes de televisão. São 70 anos de atividade. Em dezembro, o Brasil e o mundo celebrarão seu centenário.
Da Redação, com informações da Folha Online