Bush pede “paciência” a congressistas em relação a Iraque

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, enredado em sua política de guerra no Iraque, veio a público na terça-feira (10) para pedir “paciência” ao congresso do país, que defende a retirada das tropas americanas do Iraque.

Bush defendeu a permanência das tropas de ocupação desde Cleveland, Ohio, e repudioui os pedidos para que as tropas fossem trazidas de volta para os EUA.



“Essa decisão não compete aos políticos em Washington, mas aos comandantes no terreno”, insistiu Bush diante de uma audiência imperturbável.



“Compreendo perfeitamente que esta é uma guerra difícil e que é duro para os americanos. Mas explicarei outra vez as conseqüências de um fracasso e darei mais explicações sobre as conseqüências da vitória”, disse.



Os argumentos de Bush parecem não convencer o Congresso nem a opinião pública.



O chefe de governo pediu mais paciência a poucos dias da apresentação por parte do Pentágono ao congresso de uma avaliação sobre a situação da ocupação após a aplicação da nova estratégia da Casa Branca, de aumentar o número de tropas no país.



A oposição democrata no congresso, majoritária, estima que o plano não mudou a situação no terreno e os aliados de Washington no Iraque ainda são incapazes de conduzir a sua própria segurança diante da resistência.



Esta semana o Senado deve analisar um projeto de lei de gastos de defesa, que incluirá uma emenda relacionada às forças estacionadas no país árabe.



Mesmo assim, é previsível que o informe, que o secretáro de Defesa Robert Gates deve entregar no domingo (15) e que trará os resultados da escalado do conflito, complique ainda mais o enfrentamente entre o executivo e o legislativo.



A situação é mais crítica para Bush quando membros de seu partido, o republicano, exigem a retirada para princípios de 2008, convencidos do fracasso da estratégia governamental.



Também na terça-feira o senador Carl Levin, presidente do Comitê de Serviços Armados, propôs uma lei que ordena a retirada das forças em 120 dias e põe fim às operações militares de combate para o dia 30 de abril de 2008.



Uma pesquisa do diário USA Today e do Gallup mostrou ontem que sete de cada dez americanos são a favor da saída do Iraque antes de abril do próximo ano.



Atualmente existem 160 mil soldados acantonados no Iraque e além do relatório de 15 de julho, o Pentágono deve entregar outro balanço ao Congresso em setembro.