Acordo comercial entre UE e Mercosul ganha novo fôlego
O Brasil avisou a União Européia (UE) que está pronto a retomar a negociação do acordo de livre comércio Mercosul-UE, sem esperar por certezas sobre o futuro da Rodada Doha na Organização Mundial do Comércio (OMC). “A bola está do lado europeu”, declarou
Publicado 02/07/2007 14:52
Já o principal negociador europeu, Karl Falkenberg, aguarda uma sinalização a partir do encontro entre o comissário de comércio, Peter Mandelson, e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, nesta quarta em Lisboa, a margem da cúpula Brasil-UE.
“Eles vão falar muito sobre as relações bilaterais, parceria estratégica, continuar a discutir sobre Doha e sobre como avançar após as dificuldades que encontraram em Potsdam, e veremos se eles têm a vontade e o tempo de falar também sobre a retomada da negociação Mercosul-UE”, afirmou.
Entraves
Até agora, Bruxelas tem condicionado a retomada da negociação regional ao fim da Rodada Doha, porque não quer fazer concessões agrícolas duas vezes. Mas a Alemanha, maior exportador mundial, impulsiona a UE a procurar rapidamente diferentes acordos bilaterais na medida em que vê as chances de sucesso da Doha diminuírem.
“Nossa prioridade continua sendo Doha, e ainda confiamos num acordo este ano”, disse o secretário de Economia da Alemanha, Bernd Pfaffenbach, à agência Bloomberg. “Mas já começamos a tomar pequenas precauções para construir nossa rede [de acordos preferenciais]”.
Falkenberg considera ser “muito cedo” para discutir as bases para a retomada da negociação UE-Mercosul, mas lembrou que existe o “histórico da negociação” com diferentes ofertas. Em abril do ano passado, os dois blocos chegaram a colocar na mesa “elementos para um possível acordo”. A UE considerou a demanda de cotas pedidas pelo Mercosul como “bem além” do que Bruxelas pode oferecer para entrada de carnes, etanol, banana, milho, arroz, açúcar, queijo e trigo, mas deixou claro que tinha “algumas flexibilidade”.
No mesmo documento, Bruxelas insistiu que a cobertura do acordo deve ser de 90% do comércio birregional, levando em conta 353 produtos prioritários para exportadores europeus.
Fonte: Valor Econômico