Secretário da BA quer exonerar professores em greve
Em assembléia realizada nesta quarta-feira, 27 de junho, os professores da rede estadual de ensino da Bahia decidiram manter a greve contra orientação do Comando de Greve do Sindicato. Segundo a APLB Sindicato, quase 4 mil pessoas lotaram o ginásio de
Publicado 28/06/2007 20:24
A decisão dos docentes foi contrária ao indicativo do comando de greve, que seguiu o que foi deliberado na reunião da última segunda, intermediada pelo Ministério Público Estadual (MPE), com representantes do movimento e os secretários de Administração, Manoel Vitório, e Relações Institucionais, Rui Costa. A maioria entendeu que não houve avanço nas negociações com o governo e que a greve deveria continuar.
O secretário de Educação do Estado, Adeum Sauer, ameaçou exonerar diretores, punir administrativamente professores concursados e demitir os temporários, caso não retornem às atividades na data-limite de 3 de julho, quando haverá nova assembléia geral, às 9 horas, no ginásio de esportes do Sindicato dos Bancários.
E em Itabuna a greve acabou nesta terça, quando os professores decidiram voltar às aulas. Os professores defenderam a necessidade de se restabelecer o diálogo e não prejudicar ainda mais o ano letivo dos alunos.
Exoneração
O secretário de Educação do Estado, Adeum Sauer, ameaçou exonerar diretores, punir administrativamente professores concursados e demitir os temporários, caso não retornem às atividades na data-limite de 3 de julho. O anúncio foi feito logo após Sauer saber que os professores da rede estadual de ensino decidiram manter a greve, que já dura 51 dias, por tempo indeterminado, em uma assembléia.
''Já foram ultrapassados todos os limites, e o governo precisa tomar todas as medidas coercitivas cabíveis'', justificou Sauer. ''Os diretores que não estiverem de acordo serão exonerados. Os professores temporários serão demitidos e contratados outros. E os efetivos sofrerão as penalidades de acordo com a lei'', afirmou.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB-Sindicato), Rui Oliveira, disse que essa atitude é lamentável e as medidas cabíveis serão adotadas. Os ânimos estiveram acirrados nos debates da assembléia de ontem, especialmente pela presença de representantes do interior, que defendiam o fim da paralisação. Após discussões e troca de ofensas, a assembléia votou maciçamente pela continuidade da greve.
''A assembléia é soberana. A categoria decidiu'', justificou Rui Oliveira.
Voto contra comando de greve
Mas a decisão dos docentes foi contrária ao indicativo do comando de greve, que seguiu o que foi deliberado na reunião da última segunda, intermediada pelo Ministério Público Estadual (MPE), com representantes do movimento e os secretários de Administração, Manoel Vitório, e Relações Institucionais, Rui Costa.
''Os professores do interior mostraram apreensão com a continuidade da greve. Não há mais condições de continuar, porque lá a pressão para o retorno é mais forte'', afirmou João Rodrigues, diretor geral da Delegacia Sindical da APLB. Segundo ele, a adesão em Itabuna está em torno de 50%. A tendência é diminuir, opinou.
A colega Elza Melo, do Colégio Central, também era favorável ao fim da greve, considerando que houve avanços na negociação, com a intervenção do MPE. ''O governo disse que não negociaria na greve, mas cedeu e instalou mesa setorial. A greve é forte, mas há outros meios de luta''.
Greve continua
Contudo, a maioria da assembléia foi contrária à suspensão do movimento. A mesa setorial não propôs nada objetivamente.
''O governo só fez chantagem e usou de truculência, ameaçando cortar o ponto e enviando telegramas forçando o retorno'', desabafou Fábio Ferreira Silva, professor dos colégios Dalva Matos e Praia Grande, ambos no subúrbio ferroviário.
O coro foi engrossado pelo professor de língua portuguesa do Colégio Heraldo Tinoco, no bairro de Sete de Abril, Valdir dos Santos Silva. Usando nariz de palhaço e erguendo uma cartolina onde se lia ''Vitória dos professores? Não. Vitória de Wagner. Respeite-nos APLB'', ele protestava contra a proposta apresentada pelo comando de greve.