Procurador-geral diz que há elementos para investigar Roriz

O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sinalizou hoje que poderá representar contra o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) ao STF (Supremo Tribunal Federal). “Há elementos para que o Ministério Público se debruce sobre o tema e eventual

Segundo o procurador-geral, não há um prazo definido para ele concluir as investigações sobre o caso Roriz. Souza investiga denúncias que envolvem diálogos entre Roriz e o ex-presidente do BRB (Banco de Brasília) Tarcísio Franklin de Moura em que tratariam supostamente de partilha de dinheiro.


 


Nas escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, Roriz e Moura negociariam a partilha de R$ 2,2 milhões –de origem desconhecida– no escritório do empresário Constantino de Oliveira, conhecido como Nenê, presidente do Conselho de Administração da Gol. Em nota oficial, o senador rebateu as acusações.


 


De acordo com Roriz, ele pediu R$ 300 mil a Constantino, em março, para comprar uma bezerra. Segundo ele, o dinheiro foi obtido por meio de um cheque no valor de R$ 2,2 milhões oferecido pelo empresário. O peemedebista teria descontado o cheque no BRB para resgatar o valor em espécie, ficando com R$ 300 mil.


 


Escutas telefônicas


 


O procurador-geral foi reconduzido à função –por mais dois anos– por decisão unânime dos 23 senadores da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, para mais dois anos no Ministério Público Federal.


 


Na CCJ, Souza defendeu a utilização legal das escutas telefônicas com fins de investigação.


 


O assunto é tema de discussão no Ministério da Justiça, uma vez que o governo pretende elaborar uma proposta definindo regras para a realização de escutas telefônicas.


 


“É preciso estabelecer mecanismos de segurança para que o material obtido via interceptação seja preservado para a finalidade que a Constituição profere”, disse o procurador-geral.


 


Mais investigações


 


O corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), afirmou nesta quarta-feira que requisitará os documentos, as gravações e as cópias do inquérito sobre o caso Roriz ao Ministério Público e também à Polícia Civil do Distrito Federal.


 


Para Tuma, o diálogo em que supostamente Roriz negocia com Moura deixa poucas dúvidas sobre o envolvimento do peemedebista. “O diálogo é importantíssimo e muito claro, poucas dúvidas ficam. Nós precisamos é realmente comprovar com documentos tudo aquilo que foi mostrado pela imprensa”, afirmou Tuma.


 


Se comprovadas as irregularidades, o corregedor disse que não restarão dúvidas de que Roriz quebrou o decoro parlamentar. “É grave. Tem quebra de decoro, é claro [se forem comprovadas as suspeitas]. Todo parlamentar tem que ter uma ética e disciplina moral, que não permitem que ele traia a população que votou nele”, disse.


 


Segundo o corregedor, Roriz prometeu que ainda hoje enviaria os documentos que comprovariam sua versão sobre o caso. Por meio de assessores, o peemedebista disse que possui todos os documentos que comprovam as suas negociações –entre eles, notas fiscais, cópia de cheques recebidos e encaminhados, além de cópia do contrato entre ele e o empresário Constantino.



Fonte: Folha Online