Lula faz elogio à democracia ao comentar protesto de grevistas
Diante de grevistas do Incra, que levaram faixas de protesto a uma solenidade cobrando equiparação salarial com funcionários de outras autarquias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a democracia que permite a manifestantes fazerem protestos at
Publicado 27/06/2007 18:47
“Quando os companheiros do Incra imaginavam entrar para fazer protesto dentro do Palácio do Planalto? E entram porque enquanto eu for presidente, o Incra pode gritar aqui e lá fora. Na hora de fazer acordo, tem que sentar na mesa de negociação e fazer o acordo possível que é possível fazer”, afirmou Lula sob aplausos.
Os funcionários vestiam coletes vermelhos com a inscrição “servidores em greve” tentaram levantar uma faixa de protesto durante o discurso do presidente: “Lula não cumpre acordos”. Os seguranças presidenciais, que já haviam recolhido duas outras faixas, agiram rapidamente e proibiram a manifestação, o que gerou um breve bate-boca com os funcionários.
Após levantarem a faixa, Lula ficou irritado e elevou o tom da voz para defender a regulamentação da greve e lembrar sua atuação como dirigente sindical no comando de greves no ABC Paulista, na década de 1970.
“Eu não sou contra a greve , eu quero é regulamentar a greve. Ninguém pode ficar 60 dias sem trabalhar e depois receber os dias que não trabalhou. É preciso receber os dias que trabalha”, afirmou o presidente.
Os funcionários do Incra estão em greve desde 21 de maio e têm três reivindicações básicas: incorporação de todas as gratificações no salário; equiparação entre os vencimentos de ativos e inativos; e aumento salarial para igualar com o que recebem servidores do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT).
Lula sugeriu que os grevistas negociem com o Incra, mas observou que a folha de pagamento tem um limite. Depois disse:''Nesta coisa de negociação, pode ter igual, mas melhor que eu não tem'', disse Lula.
Lula citou como exemplo o caso do Ibama, cujos servidores estão em greve desde 14 de maio, para criticar paralisações que, segundo ele, não tem sentido. “Não é possível fazer 90 dias de greve hoje. Pergunta para o pessoal do Ibama porque eles estão de greve? Eles não sabem. A gente deu aumento para eles, mas eles estão de greve porque não aceitam as mudanças implementadas pela Marina”, disse o presidente referindo-se à ministra do Meio Ambiente.
''A única coisa que eu quero é tornar esse país civilizado, para que todos tenham direitos e deveres, e não ficar parados por 90 dias'', completou,concluindo: ''Só pude falar o que falei e ouvir o que ouvi porque a democracia reina nos ares desse Palácio''.
Da redação,
com agências
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