Bloco de esquerda se articula no Ceará

Esta semana, em Fortaleza, os representantes dos partidos da frente vão fazer o primeiro encontro.

Representantes dos partidos que integram o bloco de esquerda no Estado do Ceará deverão se reunir, esta semana, para articularem as ações a serem desenvolvidas conjuntamente. O manifesto dessa “frente” foi lançado na última quarta-feira, em Brasília, inclusive com a participação do governador do Ceará, Cid Gomes, mas os partidos que a integram atuam através de um bloco parlamentar, desde a eleição do deputado Aldo Rebelo (PC do B) à presidência da Câmara dos Deputados, no início deste ano.


 


O bloco de esquerda é formada pelo PSB, PDT, PC do B, PMN, PHS e PRB. No Ceará os dirigentes desses partidos não fizeram ainda nenhuma reunião conjunta, embora conversas isoladas tenham acontecido entre os presidentes do PDT, André Figueiredo; do PSB, Sérgio Novaes; do PC do B, Carlos Augusto Diógenes; e do PMN, Reginaldo Moreira.


 


Os presidentes regionais do PDT e do PC do B consideram importante a formação dessa frente de partidos de esquerda e do manifesto lançado na última semana, mas fazem questão de ressaltar que isso não representa o fechamento de alianças para o próximo pleito porque as propostas sobre as quais devem marchar unidos estão acima das questões eleitorais, destaca o presidente do PDT, André Figueiredo, ao lembrar que a formação da frente de esquerda materializa um desejo de Leonel Brizola (PDT), de Miguel Arraes (PSB) e de João Amazonas (PC do B), sendo, portanto, algo importante para o Brasil.


 



Compromisso programático


 


O lançamento do manifesto não pode engessar a participação das agremiações nas próximas eleições. A fala do presidente do PC do B no Ceará, Carlos Augusto Diógenes, o Patinhas, ressoa também no pensamento de lideranças de outras das agremiações que integram o movimento.


 


Segundo Patinhas, o manifesto é uma carta programática, com objetivos políticos, sustentado em uma frente socialista, trabalhista e comunista, mostra o apoio ao governo do presidente Lula (PT), mas diz que quer mais. Ele citou a importância da participação das demais agremiações do bloco, mas destacou a história que têm PDT, PSB e PC do B.


 


“Não é apenas um bloco parlamentar, mas sim um bloco de esquerda, com uma plataforma política e que pede avanços, diz não aos juros altos, e que quer a implementação rápida do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)”, disse Patinhas. Questionado se a aproximação entre os partidos pode se materializar em aliança eleitoral, Patinhas foi direto.


 


Para ele, o bloco não pode “engessar” a participação das agremiações nas próximas eleições, inclusive a municipal, no próximo ano. “Não podemos engessar o bloco com projetos imediatos, do ponto de vista eleitoral. Cada município tem suas nuanças próprias”, sustentou o dirigente, ao afirmar que, para 2010, pode ser que se construa consenso, entre as siglas, em torno de um nome.


 


 


Fonte: DN