Publicado 18/06/2007 18:17 | Editado 04/03/2020 17:19
A realização do 7º Congresso da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT foi um fato muito importante. Além dos mais de quatrocentos delegados dos mais diferentes pontos do país representando a categoria, estiveram presentes delegações de vários continentes, mostrando a importância da unidade internacional na luta pelo mercado de trabalho cada vez mais difícil.
Os temas levantados foram amplamente debatidos. Questões como jornada de trabalho, luta com a elaboração de pauta e data-base unificada, terceirização, aposentadoria especial, respeito à organização sindical mereceram atenção muito especial.
Ao final foi aprovado um plano de lutas a começar já no mês de julho, com o encaminhamento de pauta unificada aos organismos patronais, reivindicando a fixação da data-base dos metalúrgicos em setembro. E estão programadas também manifestações em Brasília para pressionar o Congresso Nacional e o Governo Federal em relação à aposentadoria e jornada de trabalho.
O judiciário trabalhista também será procurado, na busca de encaminhamentos mais rápidos das pendências levantadas em razão do descumprimento, por parte da classe patronal, de questões relativas aos direitos dos trabalhadores.
E para terminar, foi eleita a nova direção da CNM/CUT, numa composição entre as várias tendências sindicais participantes do Congresso.
Alguns pontos merecem ser destacados. Um deles tem a ver com a jornada de trabalho em turnos de revezamento. Uma luta foi travada para que a jornada de seis horas constasse da Constituição de 88. O que veio a acontecer. No entanto, praticamente todas as categorias ou fizeram acordo abrindo mão do direito ou as empresas impuseram o horário fixo.
Outro assunto que merece muita atenção é a constante perda de postos de trabalho, tanto em razão da implementação de tecnologias modernas bem como da utilização da terceirização das mais diferentes atividades numa fábrica. É uma situação muito complexa, pois divide os trabalhadores na luta pela manutenção de direitos ou da vaga num mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
E não podem deixar de ser citadas as mudanças freqüentes no sistema previdenciário. A aposentadoria especial está cada vez mais difícil de ser conseguida.
Há muitas outras questões, e os temas mencionados acima servem de embasamento da necessidade da busca de uma ação firme e unitária das várias categorias representadas na CNM.
Este é o grande desafio a ser enfrentado, ou seja, a superação de divergências pontuais, de modo a permitir a formatação de um plano de lutas que não tenha a limitação voluntarista. Que não tenha como objetivo tão somente questões imediatistas, mas que demonstre que a classe trabalhadora tem objetivo e vai alcançá-los à partir da ação em conjunto.
Como se depreende, o Congresso foi um fato dos mais importantes e merecê ser avaliado devidamente, para permitir a efetiva motivação de uma categoria que tem muita tradição de lutas e conquistas.