USP: ocupação tem prejudicado bolsas e Fuvest

A ocupação por 42 dias da reitoria da USP (Universidade de São Paulo) paralisou processos de concessão de bolsas a alunos, impediu a criação de 200 vagas na Fuvest e interrompeu o início de um novo programa informatizado de matrículas, entre outros prejuí

A ocupação tem deixado sem acesso documentos importantes, em papel ou em arquivo de computador, de todas as pró-reitorias e de outros departamentos que funcionavam dentro do prédio.


 


Na última quarta (13), um dia após os alunos terem votado pela primeira vez um “indicativo de fim da desocupação”, a falta de comunicação contribuía para o impasse.


Nesta semana, o pró-reitor de Pós-Graduação, Armando Corbani Ferraz, pediu aos estudantes para entrar em sua sala em busca de papéis que garantiriam a viagem de 42 alunos que farão estágios no exterior. Os estudantes não deixaram. Eles argumentam que só permitem a entrada de Corbani se a reitoria voltar a pagar bolsas de assistência estudantil para alunos carentes.


 


Uma das estudantes prejudicadas é Juliane Guimarães de Carvalho, 33, que espera aflita seus documentos serem liberados na reitoria para que possa pedir o visto de entrada nos Estados Unidos, onde fará parte da sua pesquisa de doutorado em Odontologia. Ela viajaria em julho; já adiou a viagem para agosto, mas ainda não sabe se vai poder embarcar. “Estou desesperada. Minha tese depende dessa viagem”, diz.


 


Os problemas se estendem à área de graduação. Segundo a pró-reitora Selma Garrido Pimenta, 200 vagas em novos cursos ou em cursos já existentes da USP não puderam ser votadas. O único curso novo que foi aprovado antes da ocupação foi o de direito no campus de Ribeirão Preto.


 


A ocupação também impediu que a USP inaugurasse um programa inédito que permitiria aos alunos fazer matrículas, pedir histórico escolar ou acompanharem sua situação de créditos pela Internet.


 


Os estudantes que ocupam a reitoria realizarão nesta quinta (14) uma reunião á tarde para preparar pautas e reivindicações a serem apresentadas na próxima rodada de negociações com a reitora Suely Vilela. A expectativa é de que a reitora acate pelo menos parte dos quatro pontos exigidos pelos estudantes no último encontro com a reitora para que a desocupação possa ser efetivada.