Filme sobre Guerrilha do Aaraguaia é exibido em São Luís/MA

Como parte da programa da greve geral, o SINPROESEMMA exibe sexta-feira (dia 15), às 10 horas, no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, em São Luís o filme Araguaya – Conspiração do Silêncio, que narra a luta armada no Sul do Pará contra a Ditadura M







O filme de Ronaldo Duque retrata, em parte, a Guerrilha do Araguaia ocorrida nos anos 70, em Xambioá, na região do Bico do Papagaio, quando cerca de 65 guerrilheiros do PCdoB enfrentaram na selva, por cinco anos, as tropas do governo militar da época.


Parte dos guerrilheiros do Araguaia residiram no Maranhão antes do início da luta armada. Alguns, como o mecânico José Humberto Bronca, o Zé Fogoió, que morou em São Luís e trabalhou como camelô na feira do João Paulo.


Outro que morou no Maranhão, na cidade de Porto Franco, foi o médico gaúcho João Carlos Haas Sobrinho, um dos três guerrilheiros mais populares da luta armada no Araguaia, ao lado de Oswaldo Orlando da Costa, o Oswaldão, e Dinalva Oliveira Teixeira, a Dina.


Magro, 1m86, cor clara e sempre de óculos, Juca era querido pelos moradores das cidades próximas à região da Guerrilha do Araguaia, onde morou por cinco anos durante o período da clandestinidade. Uma das alas da maternidade de Porto Franco, tem o seu nome. Relatos dos moradores revelam traços de sua personalidade: o guerrilheiro tratava da população, doava remédios e fazia partos de graça. Foi pintor, funileiro de automóveis, e chegou a montar um pequeno consultório popular, em 1967.


Meses depois, com o surgimento dos primeiros assaltos armados nos centros urbanos, o Exército publicou erroneamente sua foto como a de um dos assaltantes. Caçado pela repressão, deixou Porto Franco, apesar dos apelos contrários da população e autoridades, e mudou-se para São Geraldo, povoado à beira do Araguaia. Lá, trabalhou como lavrador, mas não abandonou os estudos de medicina e do marxismo. Escreveu sobre malária e leishmaniose, fruto de pesquisas.


QUEBRANDO O SILÊNCIO


Como se sabe, a Guerrilha do Araguaia foi marcada pela mordaça da censura da Ditadura Militar que temia, caso fosse amplamente divulgada pelos meios de comunicação, a adesão de milhares de pessoas que contrapunham na cidade aquele regime de exceção comandado pelos generais de plantão.


Os dirigentes do PCdoB, entre os quais o seu presidente João Amazonas, concebeu uma Revolução que partisse do campo para a cidade, baseados nas experiências vitoriosas de Ho Chi Minh, um general de pouco mais de 1.50m que derrotou o exército mais poderoso do mundo, o dos Estados Unidos, e da marcha vitoriosa de Mão Tsé-tung, em 1949, na China.

A queda do Araguaia, segundo seus historiadores, só aconteceu ao cabo de cinco anos de confrontos na selva paraense em função da mordaça da censura e do estado de pânico a que foi submetida a população local, toda ela suspeita de simpatizar com o Exército Rebelde.


ARAGUAYA – CONSPIRAÇÃO DO SILÊNCIO



Um religioso francês chega ao Brasil nos anos 60, presenciando a formação da Guerrilha do Araguaia. Com Norton Nascimento, Françoise Forton e Danton Mello.


FICHA TÉCNICA


Título Original: Araguaya – Conspiração do Silêncio

Gênero: Drama

Tempo de Duração: 105 minutos

Ano de Lançamento (Brasil): 2004

Site Oficial: www.conspiracaodosilencio.com.br

Estúdio:

Distribuição:

Direção: Ronaldo Duque

Roteiro: Ronaldo Duque, Guilerme Reis e Paula Simas

Produção: Ronaldo Duque e Márcio Curi

Musica: Rênio Quintas

Fotografia: Luís Abramo e Jacques Cheuiche

Desenho de Produção: Luiz Antônio Gerace

Direção de Arte: Pedro Daldegan e Eurico Rocha

Figurino: Maria Carmem Souza

Edição: André Cardoso


ELENCO


Norton Nascimento (Osvaldão)

Françoise Forton (Dora)

Danton Mello (Carlos)

Narcisa Leão (Lúcia)

Stephane Brodt (Padre Chico)

Fernanda Maiorano (Tininha)

Rasanne Holland (Alice)

Rômulo Augusto (Flávio)

William Ferreira (Juca)

Cacá Amaral (Mário)

Cláudio Jaborandi (Cabo Abdon)

Humberto Pedrancini (General Mamede)

Fernando Alves Pinto (Tenente Álvaro)

Pablo Peixoto (Geraldo)

Adriano Barroso (Anselmo)


SINOPSE


O exército brasileiro no auge da ideologia da segurança nacional, um partido de esquerda dissidente, militantes aguerridos (a maioria deles ainda jovens e inexperientes), inocentes camponeses e uma região onde a ambição e a miséria disputavam lugar palmo a palmo. É neste cenário que está o Padre Chico (Stephane Brodt), um religioso francês que chegou à região do Araguaia no início dos anos 60. A profunda identidade de Padre Chico com as pessoas da região, associada ao seu sentimento religioso e dúvidas existenciais, fazem com que o religioso presencie os eventos ligados à formação da Guerrilha do Araguaia.