Fogo contra fogo: Irã ameaça atacar todas as bases dos EUA
Os Estados Unidos vão pôr em risco seus interesses em todo o planeta caso ataquem as instalações nucleares no Irã. Além disso, qualquer situação que afete a segurança na região vai causar um “boom” no preço do petróleo. A advertência foi feita neste sábad
Publicado 09/06/2007 18:31
O representante iraniano, que foi vice-chefe dos Guardiões da Revolução, defendeu que “em caso de ataque por parte dos Estados Unidos, seus interesses estarão ameaçados em todo o mundo”. Em declarações divulgadas pela agência ISNA, o vice-ministro do Interior disse: “Todas as bases norte-americanas na região estão ao alcance de nossas armas”.
Ele advertiu também que “caso seja verificado um mínimo problema para a segurança na região, no Estreito de Ormuz e no Golfo Pérsico, o preço do petróleo subiria para US$ 250 o barril”. A seu ver, essa medida “para os Estados Unidos e os países europeus representaria a morte do ponto de vista econômico e da segurança”.
“É possível que os Estados Unidos sejam capazes de começar uma tragédia, mas não poderão pôr fim a ela”, disse Zolqadr. Segundo ele, os iranianos “ridicularizaram a autoridade e o tamanho dos Estados Unidos nos últimos 28 anos” – ou seja, após o triunfo da revolução islâmica no Irã (1979).
Histórico
Duas semanas atrás, nove navios militares americanos, incluindo dois porta-aviões, chegaram ao Golfo Pérsico para participar de manobras militares na região. O Irã tinha qualificado a presença desses navios no Golfo – o maior deslocamento naval americano na região desde 2003 – como uma “guerra psicológica”. A operação americana ocorreu em meio às pressões internacionais para suspender as atividades de enriquecimento de urânio do Irã.
Ao mesmo tempo, o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Mohamad Ali Hosseini, chamou de “discriminatória” e “não-construtiva” a postura dos líderes do G8 quanto às atividades nucleares iranianas, e insistiu que as sanções não forçarão o país a suspender o programa nuclear para fins civis.
“O embargo e o isolamento não afetarão a vontade do povo e do Governo da República Islâmica em conseguir seu indiscutível direito” à tecnologia nuclear, disse Hosseini. O grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia, na cúpula encerrada nesta sexta-feira na Alemanha, ressaltou a necessidade de continuar com a política de mão dupla para pressionar o Irã, com sanções e ameaças paralelas a ofertas de benefícios econômicos e tecnológicos.
“Infelizmente, o G8 acusou o Irã de não respeitar a vontade internacional, enquanto a República Islâmica colabora com todos os órgãos internacionais quanto ao uso pacifico da energia nuclear e age no âmbito do Tratado de Não-Proliferação (TNP)”, acrescentou Hosseini.