Contribuição brasileira para o planeta é redução do desmatamento, diz Marina Silva
De 2004 para 2006 o desmatamento da Amazônia teve redução de 51%, o que representou 430 toneladas a menos na emissão de gás carbônico. A informação é da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, feita nesta quinta-feira (26) pela manhã, na audiência púb
Publicado 27/04/2007 10:24
O objetivo da audiência foi saber o quê o Brasil está fazendo frente as mudanças climáticas que estão pondo em risco a vida de todo o planeta. À essa questão, Marina Silva respondeu que hoje a grande contribuição brasileira é o investimento forte na redução do desmatamento e nos próximos anos será a produção de biocombustíveis.
“Os biocombustíveis serão o porta voz da nova narrativa da área ambiental. O Brasil possui hoje 50 milhões de hectares de áreas agricultáveis em repouso, que poderão ser usadas na produção de biocombustível. Para aumentar a produção, o País só precisa de três milhões de hectares”, afirmou a Ministra.
Compensação financeira
Marina Silva defendeu a adoção de um mecanismo de compensação financeira para que os países em desenvolvimento reduzam suas emissões de gás carbônico. Essa proposta já foi apresentada na Convenção de Nairobi e faz parte do Plano Nacional para Enfrentamento das Mudanças Climáticas.
Em síntese, a sugestão é que os países ricos paguem 3 dólares (cerca de R$ 6) por tonelada de gás carbônico que as nações em desenvolvimento deixaram de emitir. A intenção, segundo a Ministra, é que a medida seja adotada na próxima convenção da ONU sobre mudanças do clima, marcada para 2010 na Alemanha. Ela acredita que essa proposta possa ajudará outros países que têm florestas.
Energia
Outros dados citados por Marina Silva se referem à produção de energia no País. Segundo ela 45% da matriz energética brasileira é renovável, enquanto nos países desenvolvidos esse percentual é de 6%.
Sobre esse assunto, a ministra foi questionada pela deputada Vanessa Grazaziotin, a respeito da demora de dois anos para o licenciamento ambiental das hidrelétricas do rio Madeira, que devem ampliar significativamente a oferta de energia para a região Norte.
A ministra explicou que a demora nesse processo de licitação se deve a problemas com os estudos ambientais apresentados. Segundo Marina, foi detectado que haveria impacto na reprodução de peixes, “inclusive o dourado, que representa o sustento de mais de 10 mil famílias no Amazonas”. Ela firmou que assim que forem atendidas as condições ambientais o licenciamento será concedido.
A ministra disse ainda que, durante sua gestão, houve redução no tempo para concessão de licença ambiental a projetos. De acordo com ela, o setor de licenciamento foi otimizado de forma que os próprios funcionários do Ministério hoje fazem esse serviço. Antes a maior parte das licenças era concedida por meio de contratos com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A mudança provocou um aumento nas de 145 para 232 licenciamentos por ano.
De Brasília
Bety Rita Ramos