Ministro anuncia que Incor de Brasília agora é do governo federal
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou nesta quarta-feira (4) a federalização do Instituto do Coração (Incor) de Brasília, após reunião com os presidentes da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do
Publicado 04/04/2007 19:34
Os três aceitaram a proposta, que ontem tinha sido apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o ministro. O hospital ficará agora sob responsabilidade da União, mas mantendo vínculo técnico-científico com o Incor-SP.
“O governo federal está assumindo o Incor-DF como uma unidade do Instituto Nacional de Cardiologia do Ministério da Saúde”, afirmou Temporão.
O ministro explicou que após a revelação da crise financeira do hospital, no final do ano passado, a Fundação Zerbini (mantenedora do Incor) e o governo de São Paulo decidiram que a fundação ia ficar só com a unidade paulista. E que isso gerou “problemas graves”, porque a unidade do Distrito Federal ia deixar de realizar 1,5 mil cirurgias cardiovasculares, 500 cirurgias pediátricas e 4 mil procedimentos de hemodinâmica (cateterismo) por ano.
Outra medida determinada, segundo Temporão, é a criação de um grupo que, em 48 horas, vai levantar a situação financeira do Incor-DF, porque o volume da dívida é desconhecido. Serão avaliados o passivo trabalhista e o montante de recursos necessários para funcionamento da unidade daqui para a frente.
“O Incor não vai fechar”, disse o ministro.
O diretor-executivo comercial do hospital, Paulo Montenegro, usou uma metáfora para expressar sua opinião sobre a federalização. “Hoje, fui transferido da UTI para o leito de baixa complexidade”.
“Foi a solução institucional que nos pareceu a melhor possível. Com isso, a crise começa a acabar”, afirmou o governo do Distrito Federal, José Roberto Arruda. A federalização será feita num trabalho integrado com o governo do DF, segundo o ministro.
Em novembro último, a Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal determinou abertura de inquérito para apurar denúncias de superfaturamento na compra de equipamentos e irregularidades no pagamento de pessoal do Incor. Segundo a procuradoria, antes mesmo de a unidade entrar em funcionamento, os médicos já estavam recebendo “altos salários”.
Isso ocorreu dez dias após ser deflagrada a crise no Incor. Na ocasião, o presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Cid Carvalhaes, apontou problemas de gestão. “Ninguém chega a uma dívida de R$ 260 milhões, em um espaço de tempo de cinco ou seis anos, se não houve tropeços administrativos”, disse na ocasião à Agência Brasil. Suspeitas de irregularidades foram apontadas na época.
Fonte: Agência Brasil