Apesar dos avanços o novo mínimo está longe de garantir as necessidades básicas do trabalhador
O Brasil terá, a partir deste domingo, 1° de abril, um novo salário mínimo, que passará dos atuais R$ 350,00 para R$ 380,00, o que representa um aumento de 8,7%, acima, portanto, da inflação acumulada no período.
Publicado 31/03/2007 09:17 | Editado 04/03/2020 16:52
Para a Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), a correção real do SM ao longo do governo Lula, o que antes não acontecia, foi uma conquista importante para a classe trabalhadora.
No entanto, ainda está longe do valor ideal para garantir ao trabalhador e à sua família suas necessidades básicas como saúde, educação, alimentação, moradia, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, conforme o previsto, inclusive, pela Constituição Federal de 1988.
“No Brasil, há milhares de trabalhadores e aposentados que recebem apenas o salário mínimo. Além disso, é base para o cálculo de rendimentos de centenas de outras categorias profissionais. Por isso, buscar sua recuperação de forma mais acelerada é um objetivo a ser perseguido permanentemente”, afirma o presidente da CUT/MG, Lúcio Guterres.
Segundo ele, a manutenção da campanha pela valorização do salário mínimo, que vem sendo desenvolvida pela Central ao longo dos últimos anos, inclusive com a realização de marchas anuais a Brasília, continua uma das principais bandeiras de luta da Entidade.
Guterres ressalta que o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento – anunciado pelo governo Lula, prevê reajustes reais do mínimo até 2011, mas, ainda assim, está aquém das necessidades. “Pela metodologia do PAC, levaremos 60 anos para atingir o patamar ideal estimado pelo DIEESE”, diz o presidente da CUT/MG.
“O salário mínimo é importante instrumento de distribuição de renda e inclusão social. Sem dúvidas ocorreram avanços e esses resultados devem ser comemorados, mas não podemos nos dar por satisfeitos, diante da perspectiva de que vamos morrer sem ver implantado no Brasil um salário mínimo digno e decente”, completa.
Novos ministros
E nessa quinta-feira, 29 de março, o presidente Lula anunciou novos ministros em duas pastas que afeta diretamente a classe trabalhadora: o ministério da Previdência Social, agora sob o comando do ex-presidente da CUT, Luiz Marinho, que deixou a pasta do Trabalho, repassado ao pedetista Carlos Lupi.
“Luiz Marinho desenvolveu uma política de estado, tratou o Ministério do Trabalho como uma coisa pública, sem beneficiar ou prejudicar esta ou aquela entidade sindical. Por isso, fomos ao presidente Lula pedir a permanência dele. Mas, como não foi possível e a troca é um fato consumado, desejamos sucesso ao novo titular, Carlos Lupi, e que ele dê continuidade à mesma postura política de seu antecessor, para o bem da classe trabalhadora”, declara Guterres.
Sobre o Ministério da Previdência, Guterres ressalta que a CUT tem algumas posições históricas, das quais não abre mão, como a não retirada de direitos e o aumento da idade mínima para a aposentadoria. “A CUT valoriza a Previdência Social como uma conquista dos trabalhadores. É um fundo que privilegia a distribuição de renda e reduz o sofrimento do povo. A nossa reivindicação é uma previdência para todos e todas”, declara, ressaltando que a Central discorda veementemente com o tão propalado déficit previdenciário. Entre os diversos pontos nevrálgicos no atual sistema, Guterres aponta o fator previdenciário que, segundo ele, prejudica os mais pobres e a parcela mais sacrificada da população.
Assessoria – CUT/MG