Policiais Militares agridem servidora em unidade de saúde em Betim

A servidora pública Ilda Aparecida de Carvalho Alexandrino foi agredida por volta de 4 horas dessa madrugada na Unidade de Atendimento Imediato Alterosas (UAI ALTEROSAS), em Betim.

     Dois policiais chegaram à Unidade atendendo ao chamado de um usuário. Abordaram então Ilda, querendo saber onde estava a coordenadora de enfermagem. Ilda então informou que a coordenadora estava em horário de descanso regulamentar, já que a lei estabelece pausas mínimas para quem trabalha em regime de plantão, e que não havia nenhum caso urgente para ser atendido, pois tecnicamente todos os pacientes estavam medicados e sob cuidados da equipe de enfermagem.


 


     O policial Wiltom Mauricio então exigiu que a servidora se identificasse. Como o policial não explicou o motivo do pedido de identificação, não ouviu outras pessoas e não preenchido boletim de ocorrência, a servidora educadamente respondeu que não se identificaria, e que aguardasse a coordenadora de enfermagem, que é quem é responsável pela equipe.


 


     Após um tempo, voltou ao posto de enfermagem, abordou a servidora dizendo que ela seria conduzida à delegacia por ‘desacato a autoridade’. Com isso, Ilda muito nervosa, trêmula, e em um gesto para tentar se acalmar, se retirou da presença do policial, foi até a copa pegar um café e comunicar à coordenadora que estava recebendo ordem de prisão, pois não poderia se ausentar sem avisá-la, e sem que outro funcionário assumisse seu lugar para garantir o atendimento aos usuários.


 


     Nesse momento, o policial foi até a copa e deu ordem de prisão a Ilda, já agredindo a mesma. Ainda tentando conversar, ele já a puxou pelo braço, quando o copo de café voou, e sujou a sua roupa e a parede. As agressões continuaram com socos, pontapés e puxões de cabelo, quando então foi algemada e conduzida, junto com a coordenadora de enfermagem, até o 4° DP. Ela ficou algemada até as 07 horas da manhã, quando o delegado Gilberto Alves Vieira solicitou que as algemas fossem retiradas.


 


     Vale destacar que Ilda é servidora pública em Betim há 12 anos. Há onze anos está lotada na UAI Aterosas, não tendo nada que a desabone no exercício da sua profissão. Nunca passou por situação semelhante no exercício de suas atividades.


 


     O Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais avalia que nada justifica a agressão de uma servidora pública, que não pode ser retirada do seu local de trabalho dessa forma, não tendo respeitados seus direitos de servidora e cidadã.


 


     Desde a manhã de hoje, o SIND-SAÚDE/MG está acompanhando Ilda para fazer exame de corpo delito. Neste momento, estão se dirigindo a Corregedoria da Polícia Militar, e vão em seguida, se dirigir a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, além de acionar a Comissão de Servidores da Câmara de Betim e também a Prefeitura do município. 


 


Fonte; Assessoria de imprensa do SIND-SAÚDE MG


Telefones: 3532-2144 – 3053-6009 (Núcleo Betim)