Sem categoria

Etapa fluminense da conferência da mulher mobilizou 600 pessoas

A plenária estadual da 1ª Conferência sobre a questão da mulher, que aconteceu no dia 24, reuniu cerca de 136 pessoas, representando 600 pessoas mobilizadas em todo o processo, sendo 423 filiados e 177 amigos e aliados em todo o estado do Rio de Janeiro.

A ex-presidente do Cedim, Ana Rattes, parabenizou o PCdoB pela iniciativa da conferência, ''mais uma vez o PCdoB saiu na frente''. Ana afirmou que é preciso construir políticas públicas para a mulher e pressionar para a criação de uma secretária especial para as mulheres no Rio de Janeiro.



A juíza Salete Macaloz disse que apesar dos avanços, como a aprovação da Lei Maria da Penha, ainda é preciso lutar por políticas públicas para as mulheres. Para ela, somente a aprovação de leis não resolve problemas como o da violência contra a mulher. Para ilustrar o que disse, Salete contou que em Cuba o presidente Fidel Castro, após ouvir das mulheres que seus companheiros não ajudavam nas tarefas domésticas, fez um decreto obrigando os homens a ajudar em casa, sob pena de ir preso. ''Dois anos depois, em um outro congresso, as mulheres continuavam com a mesma queixa. Fidel então perguntou quantos homens tinham sido presos depois da lei. As mulheres disseram que nenhum. Isso quer dizer que não adianta ter a Lei Maria da Penha se você não tiver política de prevenção e repressão. Precisa ter educação e cultura'', declarou a juíza.



A ex-presidente da UNE, Clara Araújo, saudou o PCdoB por abrir esse espaço para debater a questão da mulher. ''Embora o centro da conferencia seja a questão da mulher, pois lamentavelmente são as mulheres que se encontram mais exploradas, mais oprimidas, esse é um tema de toda a sociedade. A segunda questão é que existem vários desafios, um deles é compreender como mulheres e homens enfrentam as principais formas de vivência da sociedade. Não é só melhorar a vida da mulher, mas pensar como construir a relação do mundo público do trabalho e com o mundo pessoal. Como projeto emancipacionista, o desafio do PCdoB é muito grande, pois a questão é repensar toda a vida social''.



Homenagem



A plenária estadual do PCdoB/RJ recebeu o nome da camarada recém falecida, Carmem Lucia (Lucinha). A secretária estadual de Movimentos Sociais do Partido, Dilceia Quintela, relembrou os 25 anos que militou ao lado da Lucinha e destacou as lutas em que esteve presente. ''Não teve uma luta na Baixada Fluminense e principalmente em Belford Roxo que a camarada não estivesse presente'', disse emocionada. Por último, Dilcéia entregou uma placa para Érica, filha da camarada Lucinha.



O ato foi encerrado com a apresentação do grupo de samba Negras Raízes formado apenas por mulheres. Em seguida foi dado o início da plenária com a apresentação das teses. A presidente do PCdoB/RJ, Ana Rocha, abordou a questão política. Para ela, a luta da mulher tem caráter anticapitalista e de perspectiva socialista. ''O surgimento da opressão da mulher coincide com exploração de classe. A luta emancipacionista está ligada a criação de uma nova sociedade''.



A camarada Dilceia Quintela também afirmou que apenas com a aprovação de leis, a questão da mulher não se resolve, é preciso investimento e política pública que inclua a mulher no mercado de trabalho, investimentos em escolas, hospitais e creches. Para Dilceia foi importante a criação da Secretaria Nacional das Mulheres no governo Lula e programas sociais como o Bolsa Família. O secretário estadual de Organização do PCdoB/RJ, Uirtz Sérvulo, falou sobre o aspecto organizativo das mulheres dentro do Partido e a participação delas nas instâncias partidárias.



Após a apresentação das teses foi aberto o debate, onde dezenas de camaradas fizeram o uso da palavra. O deputado federal Edmilson Valentim (PCdoB) disse que ''a luta da mulher, dentro e fora do Partido, é fundamental para a batalha revolucionária no Brasil''.



Ao final foram eleitos 14 delegados e sete suplentes, além dos seis delegados natos do Comitê Central, para a 1ª Conferência Nacional, que acontecerá nos dias 29, 30 e 31 em Goiás.



Delegados natos: Ana Rocha, Edmilson Valentim, Jandira Feghali, Jorge Barreto, Luis Fernandes, Maurício Ramos.



Delegados eleitos: Drica Madeira, Dilcéia Quintela, Helena Piragibe, Irene Cassiano, Izabel Xavier, João Carlos, José Áureo, Luisa Barbosa, Jayme Ramos, Mara Maciel, Milene Vieira, Mônica Gurjão, Raimunda Leone, Uirtz Servulo.