Veja o vídeo que explica o ''Manifesto Comunista'' com cartoons
Por André Cintra
Vem dos Estados Unidos um dos mais didáticos tradutores do Manifesto Comunista. É o cineasta independente Jesse Drew, especialista em multimídia e diretor de estudos tecnoculturais da Universidade da Califórnia. Em 1996, Dr
Publicado 26/03/2007 19:19
Graças a sites de vídeo como YouTube, Peekvids e Dailymotion, o filme (clique acima para vê-lo na íntegra) voltou à tona e não pára de ganhar adeptos na internet. A trechos do Manifesto Comunista, Jesse Drew associou imagens de célebres desenhos animados americanos, sobretudo os hollywoodianos. Em seus oito minutos, Manifestoon traz cartoons de Disney, UPA, Hannah-Barbera, Warner Brothers, entre outras produtoras.
O curta ''é uma homenagem à latente subversão dos desenhos animados'', escreve o autor em sua página na internet. ''No cartoon clássico, força bruta e artilharia pesada nunca puderam com o humor – e a justiça sempre se saiu bem. Para mim, foi um processo natural relacionar o conceito de subversão da minha própria infância com uma versão subversiva mais consagrada e articulada (o Manifesto Comunista).''
O marxismo a partir do capitalismo
Apesar da abordagem um tanto pessoal, o formato utilizado por Jesse Drew não é novo. A prática de subverter cartoons ''capitalistas'' para difundir o marxismo chama-se détournement e remonta à década de 1950, quando foi criada por integrantes da Internacional Situacionista.
Eles criaram a moda ao alterar, nas histórias em quadrinhos ocidentais, os balões com as falas dos personagens. Saíam os diálogos convencionais, entravam idéias alternativas, de resistência. ''O objetivo era colocar os símbolos do capitalismo a exprimir uma mensagem completamente anticapitalista'', expressa Miguel Caetano, do Remixtures.com.
Na opinião dele, Manifestoon antecipou a revolução da Web 2.0, especialmente do YouTube. A começar pela duração: o curta tem pouco mais de oito minutos, e o máximo que o YouTube suporta são dez minutos para um único vídeo.
Mensagem atual
Para Miguel Caetano, ''a análise do manifesto mantém-se completamente válida se substituirmos o proletariado pelos hackers, trabalhadores criativos e crowdsourcers em geral''.
A mensagem é mesmo atual, mas não é preciso reduzi-la à internet. O grande mérito das novas tecnologias, no caso, é seu poder de difusão. Leonardo F. de Sales, do BlogueIsso!, destacou que o Manifestoon ''fez algum sucesso quando foi publicado por Charles Winston (anticonsumer) no YouTube e citado pelo BoingBoing''.
Mas o próprio blogueiro se entusiasmou com o vídeo que pretende dublá-lo. ''Estou esperando uma resposta de Drew para fazer uma narração em português'', explica Sales. A versão acima, postada no YouTube, não tem boa resolução, mas vem com legenda em português – de Portugal. É o suficiente para curtir Manifestoon.