Rodrigo Maia será o novo presidente do PFL
O PFL formaliza na quarta-feira, em convenção nacional do partido, a mudança do seu nome para Partido Democrata, e irá adotar a sigla DEM, de “Democratas”., No mesmo dia, o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ) deverá será alçado à presidência da legenda. O atua
Publicado 26/03/2007 15:58
“O PFL viveu bons e maus momentos. Guardamos as conquistas e viramos a página. Estava na hora de passar o comando para a nova geração, para a busca do poder, que vai trazer oxigenação ao partido. A geração que fundou o PFL tem mais de 60 anos”, afirmou Bornhausen.
Maia afirmou que, em curto prazo, o partido não terá como foco as alianças partidárias –mesmo com a ampla coalizão política integrada por 11 partidos na base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O partido não está preocupado com coligações. Só vamos tratar de alianças no momento adequado. Nosso trabalho será de construção de candidaturas próprias”, disse Maia.
Além de novas candidaturas, a legenda aposta na reeleição do prefeito Gilberto Kassab em São Paulo no ano que vem, mesmo com a possibilidade de o tucano Geraldo Alckmin concorrer para a prefeitura. Bornhausen sinalizou que o partido pode concorrer sem o PSDB, caso não seja escolhido cabeça de chapa. “Nós temos um candidato natural, confiamos na sua administração. Estamos confiantes não só na sua candidatura, mas na sua vitória. Não podemos falar sobre a posição de outros partidos”, disse Bornhausen sem fazer refrência ao episódio lamentável que Kassab protagonizou no início deste ano quando expulsou aos berros e chamou de vagabundo um pequeno empresário que fazia um protesto pacífico ao lado do filho num posto de saúde. O episódio pode ter arranhado de forma definitiva a imagem do prefeito.
“Democratas”
O presidente do PFL rebateu as críticas do presidente Lula e de integrantes da base aliada sobre a escolha do nome da legenda. “Ele [Lula] acabou de nomear o ministro Reinhold Stephanes, que veio da Arena. Ele tem como conselheiro o senador José Sarney (PMDB-AP). Ele é muito mais populista que democrata, por isso tem esse preconceito contra os democratas”, tentou argumentar Bornhausen, o mesmo que em 2005 disse, referindo-se à esquerda, que a direita ia se ver livre “desta raça”.
Maia vai centralizar o comando da legenda, mas será auxiliado por vice-presidentes que vão analisar temas específicos em discussão no partido. Bornhausen disse que a legenda irá centralizar a discussão do partido em sete temas principais: direitos humanos, defesa do meio ambiente, emprego, educação, segurança, saúde de habitação.
Tempos difíceis para o PFL-PD
Nas últimas eleições, o PFL teve seu pior desempenho desde a cisão no PDS, em 1985, que deu origem à legenda. Elegeu apenas um governador – José Roberto Arruda, do Distrito Federal, que não é um pefelista histórico e sim um oriundo do PSDB. A sua representação parlamentar vai se erodindo. Elegeu 65 deputados que agora são 63 e podem se reduzir a 50. No Senado conquistou 18 cadeiras, mais 14 obtidas em 2002, porém sua bancada se resume hoje a 17.
Até a aposta em “investimento em políticos jovens” adquire um sentido meio melancólico. Os jovens quadros com maior visibilidade no partido são filhos e netos de velhos pefelistas, como Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), Rodrigo Maia (PFL-RJ) e Paulo Bornhausen (PFL-SC).
O quadro político adverso obrigou os pefelistas a fazer movimentos penosos, como apoiar o comunista Aldo Rebelo para a presidência da Câmara nas últimas eleições para renovação da mesa diretora. E sustentar no Senado uma candidatura oposicionista, de José Agripino (RN), que já se sabia sem chances de vitória mas terminou com votação abaixo do esperado — 28 votos num total de 81, devido, ao que se comenta, a traições tucanas.
Da redação,
com agências