Compra da Ipiranga preocupa trabalhadores
Trabalhadores petroquímicos do Rio Grande do Sul realizaram uma mobilização nesta segunda-feira, em protesto contra a compra do Grupo Ipiranga pelas empresas Petrobras, Ultra e Braskem. Eles estão preocupados com o aumento do poderio da Braskem sobre o
Publicado 21/03/2007 11:25 | Editado 04/03/2020 17:12
Petrobras, Braskem e Ultra anunciaram neste domingo a compra da Ipiranga, por US$ 4 bilhões. Com a aquisição, a Petrobras vai controlar 50% do segmento de distribuição de combustíveis no Brasil. Já a Braskem responderá por 70% da produção de eteno, o principal derivado do petróleo.
O presidente do sindicato dos trabalhadores do pólo petroquímico de Triunfo (Sindipolo), Carlos Eitor Rodrigues, vê com preocupação o aumento da concentração no setor, o que pode também gerar desemprego. “A Petrobras não deveria permitir a concentração da petroquímica, o controle do pólo gaúcho, nas mãos da Braskem, que já controla o pólo baiano. Com isso, a Braskem vai ter o controle do setor, o que vai ser prejudicial para o País, para a economia, para o consumidor. A outra preocupação é a questão do emprego: a redução dos postos de trabalho e o ataque a direitos dos trabalhadores”, diz.
Quando a Braskem assumiu o Pólo de Camaçari, na Bahia, em 2002, cerca de dois mil funcionários foram demitidos. O Pólo Petroquímico gaúcho tem nove empresas, com 2,4 mil trabalhadores diretos e 3,5 mil indiretos. Destes, em torno de dois mil ficarão subordinados à Braskem.
Na manhã desta segunda, os petroquímicos gaúchos entraram em estado de greve. O Sindipolo manteve reuniões com a Petrobras e Braskem e vai avaliar novas ações.
Agência Chasque