Temer: PMDB ignorava problemas de Balbinotti
Em entrevista ao programa Canal Livre, da Rede Bandeirantes, o presidente do PMDB, Michel Temer, demonstrou confiança nas indicações que o partido vai fazer hoje ao Ministério da Agricultura. Temer também defendeu Odílio Balbinotti, que desistiu da ind
Publicado 19/03/2007 16:07
“São todos (os candidatos a ministro) ligados ao setor e possuem grande capacidade administrativa”, assegurou. O deputado deixou claro, no entanto, que o presidente Lula poderá escolher outro parlamentar para o cargo: “É uma opção que cabe a ele.”
O presidente do PMDB ressaltou que ainda não existe denúncia formal contra Balbinotti. No momento, há um inquérito, aberto pelo Supremo Tribunal Federal. “O partido não tinha nenhuma informação sobre problemas envolvendo Balbinotti”, argumentou. Temer também garantiu que as indicações do partido para cargos de governo nos estados e no segundo escalão serão “eminentemente técnicas”.
“O que nós vamos pedir são indicações de natureza técnica”, disse Temer, referindo-se às pressões regionais do partido para assumir posições administrativas. “Nós queremos gente qualificada para tirar essa significação de que o PMDB vai ocupar cargos de forma política. Eventuais empresas estatais podem seguir (indicações) políticas e administrativas, mas os cargos que têm uma exigência técnica serão ocupados por técnicos. Os peemedebistas poderão indicar esses técnicos já que o ministério é do PMDB, mas o critério será emininentemente técnico.”
Ainda tratando da questão do acordo para formação da base do governo, com a indicação de nomes para o ministério, o presidente do PMDB defendeu a necessidade de uma reforma política. Segundo ele, dessa forma, a impressão de negociação de cargos ficaria menor. Ele defendeu que algum tipo de processo deve ser iniciado agora a esse respeito: “talvez vocês não consiga fazer uma reforma para a próxima eleição. Você pode plantar uma reforma hoje para ser aplicada daqui a oito anos”.
Outro problema do funcionamento do apoio do Congresso ao governo levantado por Temer é a a negociação quase individual com os deputados em troca de votos. “Toda vez que o Executivo libera emendas (orçamentárias) para parlamentares, a idéia é de que houve uma negociação – e houve mesmo. O Executivo contigencia verbas, segura as emendas dos parlamentares e vai liberando aos poucos à medida que haja necessidade de votações. Isso é uma coisa curiosíssima porque o Orçamento é uma lei. (…) As emendas estão na lei orçamentária, mas como é uma lei autorizativa – não impositiva -, ela permite essa atuação de convencimento que, para a opinião pública, gera a idéia da desmoralização, especialmente do Legislativo.”
Apoio construtivo
Quando perguntado se há espaço para que o PMDB vote contra o governo agora que o partido vai assumir cinco pastas na Esplanada dos Ministérios, Temer afirmou que a intenção é apoiar construtivamente o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. “O PMDB vai auxiliar o governo, não só votando (a favor) porque o projeto simplesmente é governista, mas participando das formulações dos projetos”, disse. “Daremos um apoio aprimorador.”
O deputado reiterou o desejo de lançar candidato do partido à Presidência em 2010. Segundo ele, o presidente Lula deixou claro que o candidato sairá da coalizão, em que o PMDB é o maior partido.
Fonte: Terra