Diplomata diz que Coréia do Norte encerrará programa nuclear
A Coréia do Norte está totalmente preparada para desligar suas instalações nucleares e permitir inspeções, disse um membro do governo da Coréia do Sul em Nova York, onde enviados de Pyongyang e Washington vão iniciar um raro diálogo de aproximação.
Publicado 04/03/2007 11:26
O vice-ministro de Relações Exteriores da Coréia do Norte, Kim Kye-gwan, está nos Estados Unidos desde a quinta-feira. Ele é o mais importante membro do governo a visitar o país desde 2000.
“Eu não acho que haja qualquer dúvida sobre a disposição da Coréia do Norte em dar os primeiros passos”, disse o enviado sul-coreano Chun Yung-woo em Nova York, em referência às medidas aceitas por Pyongyang para encerrar suas atividades nucleares.
“O Norte aceitou os primeiros passos e tem a intenção de cumprir totalmente sua parte”, afirmou o enviado, de acordo com a mídia sul-coreana, após encontrar Kim sábado em um hotel.
Chun, principal negociador nuclear da Coréia do Sul, acompanha o ministro das Relações Exteriores, Song Ming-soon, na visita aos Estados Unidos. Em Pequim, o vice-secretário de Estado norte-americano, John Negroponte, disse esperar que Pyongyang não atrase no cumprimento dos compromissos.
“Eu fico relutante em dar a você uma avaliação sobre se eles começaram a parar suas atividades ou não”, disse em uma entrevista coletiva.
Reforçando laços
Kim vai se encontrar com o Secretário-assistente de Estado Christopher Hill na segunda-feira para discutir uma aproximação.
Será o encontro mais graduado entre os dois países em solo norte-americano desde que um militar de alta patente enviado especialmente pelo líder norte-coreano Kim Jong-il, Jo Myong-rok, visitou Washington em 2000.
Depois, a então secretária de Estado Madeleine Albright visitou Pyongyang e a tensão diminuiu –até a chegada de George W. Bush ao governo dos Estados Unidos, em 2001, e a classificação da Coréia do Norte como parte de um “eixo do mal”.
Em um acordo acertado no dia 13 de fevereiro, em Pequim, a Coréia do Norte concordou com a Coréia do Sul, os Estados Unidos e outros três países a desligar dentro de 60 dias suas instalações nucleares e permitir a entrada de inspetores. Em troca, o país recebeu 50 mil toneladas de óleo combustível.
Os passos seguintes para desativar completamente o programa de armas nucleares darão ao país, que sofre com a falta de energia, o direito de receber mais 950 mil toneladas de petróleo ou outra forma de ajuda com valor equivalente.
A Coréia do Norte também terá discussões similares com o Japão na próxima semana, em Hanói, e encontros separados sobre a ajuda energética estão planejados entre os seis países que participam das negociações, entre os quais Rússia, China e Japão.
Fonte: Reuters