Comerciários debatem salários e perspectivas para o próximo ano
Comerciários de todo o Estado estiveram reunidos nesta quinta-feira (24), na Fecosul. Pela manhã ocorreu encontro do Conselho da Federação, que reúne mais de 50 sindicatos. Os principais assuntos discutidos foram salários, e perspectivas e desafios do
Publicado 24/11/2006 14:40 | Editado 04/03/2020 17:12
Na parte da tarde o debate foi sobre os desafios do sindicalismo na nova conjuntura política do país e do Estado, e perspectivas dos trabalhadores para o ano de 2007. Os palestrantes foram o jornalista e professor do Centro de Estudos Sindicais (CES), Altamiro Borges, o deputado federal Paulo Pimenta (PT/RS), e a vereadora e deputada federal eleita. Manuela D’Ávila (PCdoB/RS). Manuela falou da preocupação do próximo governo do Estado, que já está sinalizando para as privatizações, terceirizações e cortes de gastos nos setores sociais. “Isso se verifica com alguns nomes cogitados para compor o secretariado do governo Yeda e as lições que ela está indo buscar com os companheiros de partido em São Paulo e Minas Gerais”, observa a deputada eleita mais votada do RS. Com a mesma opinião o deputado Pimenta reiterou os riscos que o Estado corre em não acompanhar o crescimento do Brasil. Ele também destacou as conquistas do governo Lula e a defesa dos direitos dos trabalhadores.
Já o jornalista Altamiro Borges falou das conseqüências do segundo mandato do governo Lula para os trabalhadores. Ele acredita que o novo cenário é melhor e que reúne mais condições, de avançar no crescimento e desenvolvimento, do que o primeiro mandato. No entanto, o jornalista sindical destacou que só será possível um avanço se os movimentos sociais de todos os setores mantiverem unidade, uma pauta clara no sentido de construir o desenvolvimento com valorização do trabalho, e ir para as ruas como vai acontecer no dia 6 em Brasília na Marcha Nacional do Salário Mínimo.
Ainda segundo Borges, “o cenário está melhor porque o segundo turno das eleições politizou o debate e o povo entendeu que era melhor somar forças para não retroceder”. “Foi uma vitória eleitoral, política e ideológica”, destaca o jornalista. “Mas não foi uma revolução, foi uma vitória eleitoral e a elite brasileira irá tentar moldar o governo como fez no primeiro mandato. Ganhamos uma batalha de idéias, mas não ganhamos o poder. A elite vai tentar manter as políticas macroeconômica, recessiva e cambial. Isso trava o crescimento e só é bom para quem tem muito dinheiro. Por isso a importância do movimento sindical e demais movimentos sociais pressionarem o governo”, observa Altamiro Borges.
De Porto Alegre
Marcia Carvalho