Paquistão e Índia voltam a negociar a paz

Conversas de paz entre os dois países, retomadas hoje, foram suspensas por Nova Délhi depois dos atentados de 11 de julho nos trens de Mumbai, matando 200 pessoas.

O secretário de Relações Exteriores do Paquistão, Riaz Mohammed Khan, se reuniu nesta terça-feira (14/11) em Nova Délhi com o secretário de Relações Exteriores da Índia, Shivshankar Menon, para retomar as conversas de paz entre os dois países, interrompidas após os atentados terroristas de Mumbai, em julho.


 


A visita é fruto do acordo entre o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh. Os dois conversaram na cúpula de Países Não-Alinhados, em Havana, em setembro, e decidiram retomar os contatos institucionais de alto Nível.


 


Fontes diplomáticas de Islamabad disseram que a delegação paquistanesa recebeu a ordem de dar prioridade à questão da Caxemira, região disputada pelos dois países.


 


O destaque da agenda deverá ser a polêmica sobre a geleira caxemiriana de Sachin. Os dois Exércitos mantêm guarnições permanentes na região fronteiriça, apesar das duras condições nas montanhas.


 


Recentemente, o ministro de Relações Exteriores do Paquistão, Khurshid Mehmood Kasuri, afirmou que o assunto seria resolvido “em questão de dias”. Mas o chanceler indiano, Pranab Mukerjee, avisou que “há um longo caminho a percorrer” antes de se chegar a uma solução satisfatória para ambas as partes.


 


Os prisioneiros dos dois países, o comércio e a reabertura do consulado paquistanês em Mumbai e do indiano em Karachi também estarão na agenda, assim como os acordos para a prevenção de acidentes nucleares e do uso não autorizado do arsenal nuclear.


 


As conversas de paz entre a Índia e Paquistão foram suspensas por Nova Délhi depois dos atentados de 11 de julho, nos trens de Mumbai, que causaram a morte de 200 pessoas. A polícia indiana responsabilizou os serviços secretos paquistaneses.