Venezuela defende condenação enérgica ao muro dos EUA

A Venezuela considerou ontem que a 16ª Cúpula Ibero-Americana deve emitir uma resolução que tenha muita “beligerância e peso político” contra a construção pelos Estados Unidos de um muro na fronteira com o México.

Ao discursar na segunda sessão plenária da reunião de governantes ibero-americanos, o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Nicolás Maduro, pediu que se “condene de maneira muito enérgica a decisão da elite dos EUA de construir um muro contra a América Latina e o Caribe”.


 


“A intenção de construir um muro é uma expressão aberrante do que é uma visão excludente, racista, discriminatória do ser humano que vive ao sul, na América Latina e no Caribe”, afirmou.


 


Maduro, que representa o presidente Hugo Chávez na cúpula, dedicou grande parte de seu discurso  projeto americano.


 


“Há pouco, o premiê espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, falava sobre o crescente peso político deste fórum internacional. Esta é uma boa oportunidade de testarmos esse peso com uma causa justa de todos os latino-americanos”, disse.


 


Um documento já aprovado pelos chanceleres ibero-americanos — e que deve receber o sinal verde dos chefes de Estado e de governo — estabelece “que a construção de muros é uma prática incompatível com as relações de amizade e cooperação entre os Estados”.


 


O comunicado acrescenta que “a construção de muros não detém a migração irregular, o tráfico de migrantes nem o de pessoas”. Além disso, incita “a discriminação e a xenofobia”, e favorece “a aparição de grupos de traficantes que põem as pessoas em um perigo ainda maior”.