Brasil e Bolívia chegam a acordo a respeito da Petrobras
O Ministério das Minas e Energia anunciou na noite deste sábado (28/10) ter chegado a um acordo com a Bolívia sobre o fornecimento de gás ao Brasil. Os detalhes do acordo sobre os termos do decreto de nacionalização na Bolívia não foram divulgados. Segund
Publicado 29/10/2006 11:51
''Chegamos a um bom acordo (…) isso permite os investimentos da Petrobras na Bolívia'', disse o ministro da Minas e Energia, Silas Rondeau, a jornalistas, na porta do Ministério. ''Ela (Petrobras) será uma prestadora de serviços (na exploração de gás). O importante é trabalhar lá em condições de rentabilidade'', acrescentou.
Segundo o ministro, as negociações sobre o preço do gás boliviano vendido ao Brasil prosseguem até o dia 10 de novembro. José Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras, disse que, ''com o acordo, poderemos continuar produzindo gás necessário para vender no mercado internacional''.
O governo boliviano reconheceu antes de firmado o acordo que a negociação com a estatal brasileira seria ''complexa, difícil, mas que não é uma negociação impossível''. Os bolivianos também reiteraram que querem a Petrobras como parceira estratégica, mas que a empresa deve se adaptar à nova realidade que vive o país.
Pelo decreto boliviano, editado no dia 1º de maio, as empresas de petróleo e gás que operam no País se tornaram prestadoras de serviço da empresa estatal boliviana YPFB.
Sem divórcio
Durante o discurso proferido após o acerto, o presidente boliviano Evo Morales garantiu que os acordos serão respeitados e deu grande destaque à permanência da Petrobras no seu país.
''Estamos obrigados a viver em um casamento sem divórcio com o Brasil, porque necessitamos um do outro'', disse Morales no auditório principal do Palácio de Comunicações da sede do governo boliviano, em La Paz, referindo-se especificamente ao acordo que garantiu a permanência da Petrobras, que deverá fazer mais investimentos em território boliviano. Morales sustentou que o Brasil é ''o líder da região'' e que, além disso, ''estes acordos permitem o fortalecimento das relações'' e da integração entre ambos os povos.
O presidente boliviano também garantiu que todos os acertos serão respeitados. ''Vai ser respeitado o que sempre pediram, a segurança jurídica. (…) Jamais vamos violar estes contratos transparentes'', declarou.
A Petrobras assinou um contrato para suas duas filiais dedicadas à exploração de hidrocarbonetos na Bolívia. A companhia brasileira e outras sete que também assinaram acordos neste sábado somaram-se à franco-belga TotalFinaElf e à americana Vintage, que firmaram novos convênios um dia antes. Todas as petrolíferas estrangeiras instaladas na Bolívia vão permanecer no país.
Os acordos foram assinados pelo titular da estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Juan Carlos Ortiz, em um ato que conta com a participação do presidente Morales.