PL e Prona criam Partido da República e declaram apoio a Lula
O PL e o Prona formalizaram nesta quinta-feira a fusão dos dois partidos com a criação do Partido da República, que terá a sigla PR. O novo partido declarou apoio ao candidato à Presidência da República pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Ao mesmo temp
Publicado 26/10/2006 19:32
Para atender às exigências da cláusula de barreira, o PL eo Prona formalizaram nesta quinta-feira a fusão das duas legendas no Partido da República (PR). Com a fusão, o PR consegue superar a cláusula de barreira e mantém o direito a tempo de TV e uma participação maior no fundo partidário. O novo partido, que terá 25 deputados e 3 senadores, passará a existir formalmente depois que o Tribunal Superior eleitoral conceder o registro, o que deverá acontecer em cerca de um mês.
O PR será presidido por Sérgio Tamer, que atualmente é do PL. A articulação política, no entanto, será conduzida pelo senador Alfredo Nascimento (AM), que exercerá o cargo de presidente de honra. O deputado Enéas Carneiro (SP), do Prona, será um dos novos vice-presidentes do PR.
O líder do PL na Câmara, deputado Luciano Castro (RR), afirmou que o acerto entre os dois partidos dará mais tempo de rádio e TV ao ex-Prona. Segundo ele, o partido, que elegeu dois deputados – Enéas e Suely Santana da Silva (RJ) – terá quase cinco vezes mais tempo do que tinha antes da entrada em vigor da cláusula de barreira. O PTdoB, que elegeu apenas um deputado – Vinícius Carvalho (RJ) – deverá ser incorporado ao PR até o fim do ano.
Outras negociações
Também hoje, o PPS, o PMN e o PHS decidiram se unir para ultrapassar a cláusula de barreira. Com a decisão, que ainda será referendada pelas instâncias dos três partidos, estas legendas deixam de existir e passam a formar um único partido.
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), adiantou à Folha Online, que o novo partido deve se chamar MD, Mobilização Democrática.
Com a união, os três partidos terão 27 parlamentares. A nova sigla será de oposição de um eventual segundo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Inicialmente, o PPS conversava com o PV. As negociações ainda estão em curso, mas Freire disse que decidiu fechar logo com o PMN e PHS para conter debandadas do partido. A expectativa é que o PV se una ao grupo posteriormente. Também está sendo sondado para se unir ao grupo o Partido Social Cristão (PSC), do deputado eleito Clodovil Hernandes.
''Ficamos esperando o PV, mas o partido ainda não tem uma definição e estamos sendo cobrados pelos nossos parlamentares a tomar uma decisão rápida. Muitos dos nossos vereadores [do PHS, PMN e PPS] estão sendo cooptados por outras legendas que ultrapassaram a cláusula de barreira'', afirmou.
Os presidentes dos três partidos assinaram hoje um protocolo de intenção que prevê a fusão. O próximo passo é a discussão em cada uma das legendas. O PHS deve fazer um plebiscito para analisar a fusão. O PPS irá debater o assunto num congresso nacional. O PMN ainda não definiu.
Freire disse que a união não é apenas pragmática. Segundo ele, os três partidos têm identidade programática. ''Quando o PPS foi criado nós definimos que iríamos buscar doutrinas que envolvessem mudanças da sociedade. O PMN sempre foi vinculado à esquerda democrática. É desenvolvimentista, preocupado com as questões nacionais. O PHS se baseia na doutrina solidarista cristã, um movimento dentro do cristianismo preocupado com a classe operária'', justificou.
O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) já acertou a incorporação do Partido dos Aposentados da Nação (PAN). A cláusula de barreira veta o direito ao fundo partidário e ao horário eleitoral gratuito às legendas que não alcançaram 5% dos votos no País em pelo menos nove Estados, por isso as fusões dos partidos chamados nanicos.
PSOL e PCdoB
Enquanto PL, PTB, PPS e PV caminham para a metamorfose, outras legendas garantem que não vão usar este recurso. É o caso do PSOL e do PCdoB, que pretendem apenas lutar para que seus parlamentares não percam representatividade e admitem, no máximo, formar um bloco parlamentar.
“O caminho é o bloco parlamentar”, diz o deputado Chico Alencar (PSOL/RJ), que vê possibilidade de acordo com o PCdoB e o PV, que elegeram 13 deputados cada um – com os 3 do PSOL, seriam 16. Segundo ele, a idéia é deixar os parlamentares desse futuro bloco livres para votar como quiserem quando houver divergências.
O PCdoB, no entanto, avisa que essa discussão não ocorreu até o momento e que só vai cuidar do assunto depois do segundo turno da eleição presidencial. O presidente do partido, Renato Rabelo, faz uma ressalva no que se refere ao partido da senadora Heloísa Helena, especificamente.
Como ficam as Bancadas
Confira na relação abaixo como ficaram as bancadas dos partidos após as eleições do dia 1º, já considerando as movimentações ocorridas posteriormente. Se for aplicada a regra mais rígida da cláusula de barreira, apenas os sete primeiros têm condições de atuar plenamente.
Deputados eleitos por partido:
1) PMDB – 89
2) PT – 83
3) PSDB – 66
4) PFL – 65
5) PP – 41
6) PSB – 27
7) PDT – 24
Não superaram a cláusula de barreira:
8) PL – 23
9) PTB – 22
9) PPS – 22
10) PV – 13
11) PCdoB – 13
12) PSC – 9
13) PTC – 3
13) PSOL – 3
14) PMN – 3
15) PHS – 2
16) Prona – 2
17) PAN – 1
18) PRB – 1
19) PTdoB – 1
Da redação,
com informações do portal Globo e IG