Israel ameaça reocupar parte da faixa de Gaza
Vários membros do governo de Israel defenderam neste domingo (22) uma operação militar para retomar o controle da fronteira sul da faixa de Gaza, com o Egito. Os ministros disseram que a operação é necessária para impedir os combatentes palestinos de cont
Publicado 22/10/2006 16:45
Eli Yishai, ministro israelense da Indústria e Comércio, disse a jornalistas: “A ação deve ser empreendida sem hesitação. Qualquer hesitação é perigosa e devemos atuar imediatamente.”
“As portas do inferno”
“Quando entregamos o corredor de Philadelphi, eu disse que abandoná-lo era abrir as portas do inferno”, agregou Yishai. Corredor de Philadelph é como Israel chama a faixa faixa de 12 quilômetros na fronteira entre Gaza e o Egito.
O chamamento de Yishai, um ano após Israel retirar suas tropas e colônias da faixa de Gaza, foi acompanhado por dois outros ministros e pelo chefe das forças armadas na área.
Para os palestinos, “mais agressão”
Ghazi Hamad, porta-voz do governo palestino, denunciou a proposta como uma jogada visando uma eventual reocupação da faixa de Gaza por Israel. “O apelo à retomada da fronteira é uma séria escalada e uma incitação a mais agressão israelense”, disse ele.
Israel alega que toneladas de munição, inclusive sofisticados foguetes que o atirador dispara do ombro, foram contrabandeados do Egito através de uma rede de túneis subterrâneos, desde a retirada de 2005.
O fantasma do fiasco no Líbano
Os militares israelenses lutam para conter o disparo de foguetes palestinos através da fronteira de Gaza.
Yoim-Tov Samia, um general da reserva com o encargo especial de vice-comandante do Sul, fez um apelo pela retomada do corredor fronteiriço e a criação de uma zona pára-choque ampliada, que pode levar à demolição de residências palestinas.
O general disse à Rádio do Exército de Israel: “O objetivo seria impedir o Hamas de repetir o que aconteceu com o Hezbolá no Líbano”. Os militares de Israel ainda se recuperam de seu fiasco na tentativa de derrotar os bem-armados combatentes do Hezbolá, durante a recente Guerra do Líbano (julho-agosto).
“Isto deveria acontecer nos próximos dias ou semanas”, disse Samia.
O primeiro ministro israelense, Ehud Olmert, deve consultar seus principais ministros, ta terça e quarta-feira, sobre a opção de uma grande operação anticontrabando em Gaza, segundo fontes políticas. Porém as fontes disseram que é uma tal ação é improvável, pois acarretaria atritos estratégicos com o Egito, às vésperas da planejada viagem de Olmert aos EUA, em meados de novembro.