Requião sinaliza que pode ficar com Lula no Paraná
A decisão do governo de São Paulo de negar habilitação à Copel para participar do leilão de transmissão de energia da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista pode ser determinante para que o governador licenciado Roberto Requião deixe de lad
Publicado 18/10/2006 08:03 | Editado 04/03/2020 16:55
Requião disse ontem a O Estado (Jornal da Capital Paranaense) que está analisando todos os prós e contras antes de decidir sua posição na disputa para a presidência da República e apontou o episódio da eliminação da Copel do leilão como um dos fatores que estão pesando nesta definição.
“O Lembo e o Alckmin não deixaram a Copel entrar. Foi um desprezo pelo nosso Paraná”, declarou o governador, explicando que o edital, assinado pelo ex-governador Geraldo Alckmin, continha um item impedindo empresas estatais de participar da concorrência. Entretanto, a vencedora do leilão foi uma estatal da Colômbia, a Interconection Electrica. O governo colombiano tem 56% do controle acionário da companhia.
Requião não perdoa a exclusão da Copel do processo devido ao seu caráter estatal e a posterior vitória de uma empresa nas mesmas condições. Mas com um capital menor que a receita cambial do Porto de Paranaguá, comparou o governador. “Estas questões me preocupam muito”, disse o governador licenciado.
A onze dias da eleição, o peemedebista afirmou que não tem prazo para se definir e, provavelmente, não terá um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Curitiba, no próximo sábado. O governador afirmou que estará fora da cidade, cumprindo agenda de campanha, no momento em que o petista estará fazendo um comício na Boca Maldita.
Ordem geral
O presidente do diretório estadual, Dobrandino da Silva, disse que Requião deve anunciar uma posição antes do final desta semana. Enquanto isso, a executiva estadual do PMDB está encaminhando a todos os diretórios municipais uma orientação aos filiados para fazer a campanha à reeleição do presidente Lula. A ordem foi baixada depois que o PMDB formalizou anteontem a aliança neste segundo turno com o PT.
A orientação vale para todos os peemedebistas, incluindo aqueles que, assim como Dobrandino, apoiaram Geraldo Alckmin no primeiro turno das eleições. “Isso era antes de fecharmos com o PT e de o Alckmin pedir votos para o nosso adversário em Maringá. Agora, mudou e estou pedindo a todos que votem no sapo barbudo”, disse o dirigente peemedebista.
Para Dobrandino, a pior posição para Requião é permanecer neutro. “Ele não vai ficar em cima do muro”, afirmou o presidente estadual do PMDB. Na avaliação do presidente estadual do PMDB, o panorama já esteve melhor para Geraldo Alckmin no Paraná. “Agora o Lula está se recuperando e se o Requião se posicionasse, o prejuízo para a candidatura dele não seria tão grande”, afirmou.
Os deputados federais do PMDB são os primeiros da lista de Dobrandino para uma conversa sobre o apoio ao PT no segundo turno. Max Rosenmann, Reinhold Stephanes e Rodrigo Rocha Loures foram co-fundadores de um comitê Requião Alckmin em Curitiba, na semana passada. “Vou cobrar uma posição para que se alinhem ao partido”, afirmou o presidente estadual do PMDB.
Elizabete Castro – Paraná-Online