Roda Viva: Lula responde todas e deixa jornalistas sem reação

O programa Roda Viva de ontem, que era para ser mais um episódio do cotidiano massacre midiático contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acabou se transformando, graças ao bom desempenho do entrevistado, numa bela peça de campanha em prol de sua

Cercado por sete jornalistas da grande imprensa dispostos a “cutucar a onça com vara curta”, Lula não deixou nenhuma pergunta sem resposta. Tranqüilo, mas incisivo, fez um balanço de seu governo, apresentou propostas para o segundo mandato, demonstrou que conhece a administração pública, seus números e processos, e criticou a insistência do PSDB em privatizar tudo o que vê pela frente.


 



O candidato lembrou que Fernando Henrique privatizou “quase tudo que existe no país”, e que Alckmin privatizou o que pôde em São Paulo. “O trabalho deles é vender o patrimônio público. A prática do PSDB tem sido essa”, afirmou.


 



“É preciso reconhecer que o sistema de telefonia melhorou com a privatização, mas o do setor ferroviário foi um desastre”, ressalvou, afirmando que a venda do patrimônio público não é a solução para os problemas do país. Como comparação, disse que em toda sua vida como trabalhador não precisou “vender a geladeira para pagar dívida”.


 



“Somente com crescimento econômico vamos ter dinheiro para fazer o que é preciso no país”, afirmou.


 



Lula não escondeu a alegria de ter sido o presidente da República que mais investiu em educação em toda a história do Brasil, e reafirmou que esta terá prioridade ainda maior em seu segundo mandato. “Vamos fazer do Brasil o país mais democrático do mundo em acesso à escola técnica e à universidade, e vamos melhorar muito o ensino fundamental”.


 



O presidente enumerou algumas realizações de seu governo nessa área, como a ampliação de oito para nove anos da permanência da criança na escola, a revogação da “lei absurda” que proibia a União de investir no ensino técnico, a criação de dez novas universidades e 48 extensões universitárias, a implantação da Universidade Aberta para formação superior de professores da rede pública e o acesso de 204 mil jovens carentes à universidade, via ProUni.


 



Lula criticou a oposição lembrando que há um ano e sete meses enviou ao Congresso o projeto do Fundeb, que, quando aprovado, vai injetar R$ 5 bilhões no ensino básico. E anunciou que, se eleito, cada escola pública e cada professor terá seu computador.


 



“O Brasil não dará salto de qualidade que precisa se não fizermos o que tem de ser feito na educação”, insistiu.


 


Lula voltou a afirmar que foi o único prejudicado no episódio da compra do dossiê e repetiu que descobrir a origem do dinheiro agora é uma questão policial e não do presidente da República.


 


“A ordem dada à Polícia Federal é que não deixe pedra sobre pedra. Pode demorar 1 ano, mas nós vamos descobrir quem fez isso”.


 


Com relação às críticas da oposição a uma eventual demora no andamento das investigações, foi taxativo: “Graças a Deus o método rápido, em que se utilizava o pau-de-arara, acabou”. 


 


Lula classificou de “ensandecida” a postura de seu adversário, Geraldo Alckmin, no debate realizado pela TV Bandeirantes. Segundo ele, Alckmin dever ser sido orientado a agir daquela maneira.


 


“Eu estranhei o comportamento do meu adversário, porque ele sempre foi uma pessoa tranqüila, leve. Ele estava ensandecido naquele programa.”


 


Ao responder sobre o envolvimento de membros do governo em escândalos, Lula lembrou que todos foram afastados, e serão julgados. “Não existe amigos para essas coisas. Na hora em que você faz as coisas erradas, paga por elas”.


 


Segundo o presidente, o seu cuidado era não deixar o governo parar por causa das denúncias. “Continuamos trabalhando e deixamos o Congresso fazer a sua parte”.


 


Lula defendeu ainda o financiamento público das campanhas políticas e disse que as emendas ao Orçamento devem ser feitas de forma individual, por cada parlamentar, para facilitar a fiscalização e coibir desvios.


 


O presidente encerrou a entrevista lembrando a maior de todas as realizações de seu governo: a melhoria de vida para todos os brasileiros, sobretudo os mais necessitados.


 


“O povo está sentindo no bolso, está vendo manchete de jornal, está vendo na farmácia, no supermercado, no açougue. Ele está comento mais e vivendo melhor.”


 


Lula foi entrevistado por Tereza Cruvinel, colunista do jornal O Globo; Alexandre Machado, comentarista de política da TV Cultura; Lourival Sant’Anna, repórter especial do jornal O Estado de S.Paulo; Cristiano Romero, repórter especial e colunista do jornal Valor Econômico; Denise Rothenburg, colunista de política do jornal Correio Braziliense; Renata Lo Prete, editora do Painel, do jornal Folha de S. Paulo.


 


Com informações do site www.lula13.org.br