Wander Geraldo: “Alckmin é repetição em pior grau de FHC”
O portal EstudanteNet conversou com o presidente da Confederação Nacional de Associações de Moradores (Conam), Wagner Geraldo da Silva. A entidade, que representa mais de 20 mil associações de bairro em todo país, também diz “Alckmin Não!”. Confi
Publicado 16/10/2006 17:15
Os principais movimentos sociais do país tomam posição clara nesse segundo turno da eleição presidencial: impedir o retorno do modelo neoliberal à presidência da república. Com esse objetivo, as entidades estão ampliando o debate sobre as diferenças entre as duas candidaturas (Lula e Alckmin) e preparam um ato, no próximo dia 19, contra a volta da direita.
Uma das mais importantes organizações sociais dos centros urbanos, a Confederação Nacional de Associações de Moradores (Conam) também declarou repúdio ao possível retorno do bloco conservador. “A candidatura conservadora representa à desvalorização dos salários; o sucateamento dos serviços públicos; à ausência de políticas publicas de Reforma Urbana e Agrária”, reforça a entidade em nota oficial divulgada no seu portal.
O presidente da Conam, Wander Geraldo da Silva, acredita que Alckmin é “repetição em pior grau de FHC”. Em entrevista ao EstudanteNet, ele disse que o projeto defendido pela coligação PSDB/PFL desconsidera as necessidades da população no acesso aos serviços públicos:
“A gestão Fernando Henrique representou uma grande ausência de investimento em serviços como moradia, saneamento, saúde e, mais do que isso, uma linha de privatizar e deixar que o mercado regule esse tipo de serviço”, avalia.
Na opinião de Wander, os moradores das grandes cidades são os mais atingidos pelo caráter “privatizante” de alguns governos: “No Brasil já são milhões sem acesso aos serviços básicos, se esse acesso ficar a gosto do mercado, a tendência é que menos pessoas ainda sejam contempladas”.
Reforma Urbana
Por exigência da Constituição Federal, a promoção da moradia digna torna-se dever do Estado. A Conam e outras entidades ligadas ao Fórum Nacional de Reforma Urbana (FNRU) lançaram, no primeiro turno das eleições, a campanha “Olho no seu Voto” para estimular o apoio a candidatos mais sensíveis à problemática das cidades.
Na opinião de Wander Geraldo, a distinção de projetos políticos no segundo turno é muito clara nesse sentido: “Há apenas um projeto que abre diálogo com os movimentos sociais, com as organizações ligadas à moradia, aos direitos sociais”.
Ele ressalta, no entanto, que a Reforma Urbana também depende do esforço contínuo de estados e municípios: “É fundamental ter a integração transversal das políticas, ultrapassando mandatos e gestões, assim como existe o SUS, uma política pública unificada para saúde, todos outros serviços sociais urbanos precisam ter essa consistência”.
Mobilização
A Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), da qual participam a Conam, UNE, Ubes, CUT, MST e outras entidades, realizará um ato no próximo dia 19 de outubro, quinta-feira, para repudiar a volta da direita neoliberal. Haverá passeatas e mobilização em todo Brasil, principalmente nas capitais.
As entidades explicaram a iniciativa por meio de um manifesto: “O Brasil vive momentos de decisão. É da ação de cada um de nós nestes próximos dias que depende o nosso futuro. É do nosso voto que depende o emprego, o salário, a saúde, a segurança e a educação desta e das futuras gerações, mas também o direito ao riso, ao lazer, ao sonho e à esperança”, diz o texto.