Wander Geraldo: “Alckmin é repetição em pior grau de FHC”

O portal EstudanteNet conversou com o presidente da Confederação Nacional de Associações de Moradores (Conam), Wagner Geraldo da Silva. A entidade, que representa mais de 20 mil associações de bairro em todo país, também diz “Alckmin Não!”. Confi

Os principais movimentos sociais do país tomam posição clara nesse segundo turno da eleição presidencial: impedir o retorno do modelo neoliberal à presidência da república. Com esse objetivo, as entidades estão ampliando o debate sobre as diferenças entre as duas candidaturas (Lula e Alckmin) e preparam um ato, no próximo dia 19, contra a volta da direita.


 


Uma das mais importantes organizações sociais dos centros urbanos, a Confederação Nacional de Associações de Moradores (Conam) também declarou repúdio ao possível retorno do bloco conservador. “A candidatura conservadora representa à desvalorização dos salários; o sucateamento dos serviços públicos; à ausência de políticas publicas de Reforma Urbana e Agrária”, reforça a entidade em nota oficial divulgada no seu portal.


 


O presidente da Conam, Wander Geraldo da Silva, acredita que Alckmin é “repetição em pior grau de FHC”. Em entrevista ao EstudanteNet, ele disse que o projeto defendido pela coligação PSDB/PFL desconsidera as necessidades da população no acesso aos serviços públicos:


 


“A gestão Fernando Henrique representou uma grande ausência de investimento em serviços como moradia, saneamento, saúde e, mais do que isso, uma linha de privatizar e deixar que o mercado regule esse tipo de serviço”, avalia.


 


Na opinião de Wander, os moradores das grandes cidades são os mais atingidos pelo caráter “privatizante” de alguns governos: “No Brasil já são milhões sem acesso aos serviços básicos, se esse acesso ficar a gosto do mercado, a tendência é que menos pessoas ainda sejam contempladas”.


 


Reforma Urbana
Por exigência da Constituição Federal, a promoção da moradia digna torna-se dever do Estado. A Conam e outras entidades ligadas ao Fórum Nacional de Reforma Urbana (FNRU) lançaram, no primeiro turno das eleições, a campanha “Olho no seu Voto” para estimular o apoio a candidatos mais sensíveis à problemática das cidades.


 


Na opinião de Wander Geraldo, a distinção de projetos políticos no segundo turno é muito clara nesse sentido: “Há apenas um projeto que abre diálogo com os movimentos sociais, com as organizações ligadas à moradia, aos direitos sociais”.


 


Ele ressalta, no entanto, que a Reforma Urbana também depende do esforço contínuo de estados e municípios: “É fundamental ter a integração transversal das políticas, ultrapassando mandatos e gestões, assim como existe o SUS, uma política pública unificada para saúde, todos outros serviços sociais urbanos precisam ter essa consistência”.


 


Mobilização
A Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), da qual participam a Conam, UNE, Ubes, CUT, MST e outras entidades, realizará um ato no próximo dia 19 de outubro, quinta-feira, para repudiar a volta da direita neoliberal. Haverá passeatas e mobilização em todo Brasil, principalmente nas capitais.


 


As entidades explicaram a iniciativa por meio de um manifesto: “O Brasil vive momentos de decisão. É da ação de cada um de nós nestes próximos dias que depende o nosso futuro. É do nosso voto que depende o emprego, o salário, a saúde, a segurança e a educação desta e das futuras gerações, mas também o direito ao riso, ao lazer, ao sonho e à esperança”, diz o texto.