Líder nas pesquisas, Correa alerta contra fraude no Equador
Os equatorianos votaram neste domingo (15) em todo o país para eleger o novo presidente. Segundo as mais recentes pesquisas, o candidato de esquerda Rafael Correa lidera, seguido pelo magnata ultradireitista Alvaro Noboa.
Publicado 15/10/2006 17:55
Favorito, Correa rezou pela manhã com sua família e depois foi às urnas depositar seu voto. Advertiu que não permitirá que ninguém “roube nas eleições” do Equador, apesar da fraude que, segundo ele, o chefe da OEA (Organização dos Estados Americanos), o chanceler argentino Rafael Bielsa, tentou esconder.
Recuperado de um forte resfriado e uma infecção intestinal, Correa iniciou seu dia falando com os jornalistas que o aguardavam desde cedo em frente à sua casa no norte de Quito. “O que Bielsa tem feito é um horror. Organizações sociais disseram como ele tem se expressado contra a Assembléia Constituinte e minha candidatura. Ele tem sido de uma parcialidade terrível”, denunciou.
Candidato crítico dos Estados Unidos, Correa, de 43 anos, enfrenta uma disputa acirrada com Noboa. A disputa deve ir ao segundo turno, previsto para 26 de novembro. Depois de votar, Correa foi para o Porto de Guayaquil (sudoeste do Equador), onde deveria acompanhar sua mãe na votação.
Pleito calmo
Um total de 9.165.125 equatorianos estão habilitados para escolher seu presidente, cem legisladores, 674 conselheiros municipais dos governos dos municípios, 67 conselheiros que são representantes dos governos de cada uma das 22 províncias do país e cinco parlamentares andinos.
A maior dificuldade enfrentada no país foi a ausência de muitos delegados de urnas que não compareceram às seções eleitorais. O atual presidente do Equador, Alfredo Palácio, disse no inicio das votações que o país “tem uma oportunidade única de iniciar um novo momento na história”, após uma década de instabilidade política.
O populista Alvaro Noboa aproveitou o último dia do primeiro turno para renovar suas críticas a Rafael Correa. O magnata anunciou que, se chegar à Presidência, vai romper relações com a Venezuela e disse que o presidente Hugo Chávez financia seu adversário direto. Ele já havia declarado a ruptura com Caracas em 5 de outubro, durante um debate na televisão. No evento, porém, mas só mencionou as “relações políticas”.