PSB oficializa apoio e já mobiliza sua militância por Lula e Olívio
Uma afinidade histórica com o PT, o PCdoB, e “divergências profundas” com a candidatura do PSDB levaram o Partido Socialista Brasileiro (PSB) a oficializar seu apoio ao candidato da Frente Popular, Olívio Dutra (PT) e sua vice, Jussara Cony (PCdoB), na
Publicado 07/10/2006 09:21 | Editado 04/03/2020 17:12
“Orientamos toda a militância socialista, em especial aquela engajada nos movimentos sociais, os detentores de mandatos eletivos e as direções municipais, a envidarem todos os esforços na campanha do segundo turno com vistas à vitória das forças populares, únicas que poderão reconduzir o Rio Grande do Sul ao caminho do desenvolvimento e da busca da igualdade social”, diz a resolução de apoio lida pelo presidente estadual do partido, Caleb de Oliveira, no ato político na sede do PSB, em Porto Alegre.
Estavam presentes Olívio, Jussara, o ex-ministro Miguel Rossetto, coordenador geral da campanha de Lula no Rio Grande do Sul, o deputado Raul Pont e o presidente estadual do PCdoB, Adalberto Frasson. Todas as principais lideranças do PSB compareceram: o candidato a governador pelo partido no primeiro turno, Beto Grill, a vice, vereadora Irani Medeiros, o deputado estadual Heitor Schuch e o deputado federal Beto Albuquerque, reeleitos, o presidente de honra, Fúlvio Petraco, prefeitos, vice-prefeitos e outras lideranças.
Oligarquia paulista
Os socialistas destacaram em sua resolução que a disputa nacional, entre Lula e Alckmin, do PSDB e PT, se repete no Estado, com Olívio e a candidata tucana. As diferenças programáticas com a candidatura Olívio Dutra são apenas pontuais, destacou Caleb de Oliveira. “Uma imensa divergência nos separa da candidatura do PSDB, que representa o pólo mais conservador da política neste estado, inclusive pelo evidente compromisso com políticas de “estado mínimo”, expressas, ainda que de forma tímida, pelo candidato a vice-governador (Paulo Feijó)”, acrescentou.
Heitor Schuch lembrou que, há muito tempo, PT, PC do B e PSB caminham juntos defendendo ideais muito claros a favor do povo. Disse ainda que o Rio Grande do Sul precisa, urgente, de quem volte a tratar a agricultura familiar com o apreço e o respeito com que foi tratada no governo de Olívio. “Os agricultores familiares e os assalariados rurais lembram com saudade dos que administraram o Estado para os pequenos, historicamente excluídos das políticas sociais”, discursou.
Já o deputado Beto Albuquerque invocou a revolução Farroupilha para alertar que as candidaturas de Yeda e Alckmin representam os interesses de uma oligarquia paulista que historicamente centraliza os investimentos e o desenvolvimento naquele estado, centralismo contra o qual os gaúchos sempre se bateram. “Essa gente já mostrou que não tem palavra, em oito anos (de governo FHC) os tucanos e o PFL nunca investiram no Rio Grande do Sul”, criticou.
''Original de fábrica''
Neste sentido, Beto Albuquerque lembrou que nunca antes o governo Federal investiu tanto no Rio Grande do Sul como agora, com Lula Presidente. E afirmou que a eleição de Olívio e Lula significa a certeza da retomada do desenvolvimento no Estado. “Todos nós conhecemos este 'índio' da Bossoroca; Olívio é um gaúcho de verdade, é um gaúcho original de fábrica, e já mostrou que é um candidato confiável, disse que não ia privatizar o Banrisul e não privatizou”.
Para o presidente do PCdoB, Adalberto Frasson, a adesão do PSB reforça esta unidade que, junto com o povo e todos os que têm compromisso com o desenvolvimento do Estado, vai recolocar o Rio Grande no rumo do crescimento. ''Vamos continuar os esforços, no sentido de garantir a presença de outros partidos e setores democráticos junto ao projeto da Frente Popular, para reeleger Lula e eleger Olívio e Jussara'', salientou.
Ao agradecer, dizendo-se honrado com o apoio socialista, Olívio citou o lema da bandeira gaúcha, “Liberdade, Igualdade e Humanidade”, como o símbolo da modernidade que o programa da Frente Popular representa. Recordou que no seu governo (1999-2002) investiu em ciência, tecnologia, escolas técnicas e profissionalizantes, e criou a UERGS. “Cada ato, cada política nossa é construída com esse ideário, liberdade, igualdade e humanidade, buscando a mais ampla participação popular, para propor, corrigir e fiscalizar o governo” disse Olívio.
Segundo ele, o novo mandato do presidente Lula, em condições menos adversas, poderá ir mais longe nas mudanças que já conquistou e o Estado caminhará junto, com programas como o Primeiro Emprego, Extensão Empresarial, Centros de Inovação Tecnológica e o Seguro Agrícola. Ao final do ato, acrescentou que vai buscar o apoio da base social de todos os demais partidos, independente da posição das suas direções: “Com diálogo e inclusão social vamos impedir o retrocesso do Brasil e retomar o desenvolvimento do Rio Grande do Sul”.