Eleito, Wagner comanda campanha de Lula na Bahia
O governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), em entrevista coletiva na tarde de segunda-feira (2), anunciou que assumirá o comando da campanha de Lula no estado, organizará uma equipe técnica de transição e só iniciará a discussão sobre a
Publicado 03/10/2006 11:41
Wagner falou ao lado do senador eleito João Durval (PDT) e disse que a sua vitória revela que a Bahia está cansada dos 16 anos de governo do PFL e que aprova o governo do presidente Lula, se referindo à sua eleição no primeiro turno e aos 66,65% dos votos válidos recebidos por Lula.
“Eu creio que a minha vitória se deve menos a um julgamento do atual governador Paulo Souto (PFL) e mais a um julgamento desse sistema político do qual ele faz parte, que foi criado pelo senador Antônio Carlos Magalhães”, disse.
Em seguida, Wagner fez homenagens aos nove partidos da coligação vitoriosa (PT, PCdoB, PMDB, PTB, PSB, PMN, PPS, PV E PRB) e à parcela do PDT que o apoiou, destacando a maturidade política que viabilizou a formação da aliança .
Wagner: “O Ibope deve uma explicação”
O governador eleito não deixou de registrar que os institutos de pesquisa, em especial o Ibope, devem uma explicação ao povo baiano e ao povo brasileiro. “Eu creio que se os resultados foram apresentados de uma forma venal e não por um equívoco de metodologia, isso é um crime do ponto de vista republicano, porque não ofereceram uma informação de qualidade para que a população pudesse decidir. A reincidência é indicativa de penalidade. Em 2002 me atribuíram 18% na disputa e ao abrir as urnas eu obtive 38,5%. Agora em 2006, eles me deram 34% e eu obtive 54%. A diferença é que dessa vez eu consegui ganhar a eleição. O Ibope errou pela segunda vez em 20 pontos percentuais e deve uma explicação à população. Há sinais de fraude eleitoral e o TSE tem que investigar”, disse Wagner.
Sobre o combate a corrupção e o “caso São Paulo”
“Em primeiro lugar, não reconheço em nenhuma liderança do PFL baiano autoridade moral para me dar lições de ética. Wagner afirmou que seu governo será transparente e de combate à corrupção”, disse.
Quanto aos últimos acontecimentos envolvendo o PT de São Paulo, ele disse : “O meu partido tem que fazer uma revisão profunda do que vem acontecendo . É inadmissível que uma parte do meu partido tente combater o mal com as armas do mal. Quem tenta comprar dossiê na mão de marginal, é tão marginal quanto quem vende”, disse
A relação com a nova Assembléia Legislativa
O governador defendeu o exercício da autonomia do poder legislativo, numa referência a atual constituição da Assembléia de maioria carlista, totalmente subordinada. Além disso, anunciou que divulgará a senha para acesso e controle das contas do governo do estado.
O PFL foi o partido que mais perdeu: são cinco deputados a menos. A legenda que mais cresceu foi o PMDB, que tem dois parlamentares e terá seis na próxima legislatura.
Na nova composição da Assembléia Legislativa da Bahia, ganham espaço os aliados do governador eleito, embora ainda haja dificuldades para formar uma maioria na Casa Legislativa. Dos 63 deputados, 26 fazem são do PFL, PP e PL, partidos que dão sustentação ao governo Paulo Souto. A coligação de Wagner elegeu 21 deputados. Além disso, foram eleitos três do PSDB e três do PDT. Os dois partidos não fizeram parte da coligação de Wagner, mas poderão vir a apoiar o novo governador.
O PFL terá a maior bancada na Assembléia Legislativa com 16 deputados. Em seguida, vem o PT com 10. O PMDB será a terceira bancada com seis. O PP e o PL elegeram cinco deputados cada. PCdoB, PSDB, PDT e PRP terão três parlamentares. Os outros partidos somam nove deputados.