PCdoB elegeu 13 federais e um senador
O PCdoB elegeu neste domingo 13 deputados federais — contra 12 em 2002 — e, pela primeira vez desde 1945, um senador da República eleito pela sigla dos comunistas, Inácio Arruda (CE). Embora a apuração não tenha se encerrado, este resultado geral não de
Publicado 02/10/2006 00:24
Os federais eleitos pelo PCdoB são:
Perpétua Almeida, reeleita no Acre e pela segunda vez a mais votada do estado, com 9,3% do total.
Vanessa Grazziotin, reeleita no Amazonas, a terceira mais votada do estado.
Milhomen, eleito no Amapá, pela primeira vez pela legenda do PCdoB.
Flávio Dino, que se candidatou pela primeira vez e teve 4,1% dos votos do Maranhão, a quarta maior votação do estado.
Osmar Júnior, quinto mais votado do Piauí.
Chico Lopes, quinto mais votado do Ceará, com mais de 160 mil votos, ocupando a cadeira deixada pelo agora senador eleito Inácio Arruda.
Renildo Calheiros, que se reelegeu por Pernambuco após superar a marca dos 100 mil votos.
Daniel Almeida e Alice Portugal, que se reelegeram pelo PCdoB da Bahia, enquanto Olívia Santana deve ficar na segunda suplência (o que cria a possibilidade de assumir o mandato na medida em que se forme o governo estadual de Jacques Wagner).
Edmilson Valentim, eleito com 76 mil votos no Rio de Janeiro.
Jô Moraes, que teve 111 mil votos em Minas Gerais, retomando para o PCdoB o mandato perdido quando Sérgio Miranda deixou o Partido (Miranda, candidato pelo PDT, teve 47 mil votos e não se reelegeu).
Aldo Rebelo, hoje presidente da Câmara, que deve passar dos 150 mil votos em São Paulo.
E por fim Manuela, ex-dirigente da UNE e vereadora em Porto Alegre, a mais votada federal do Rio Grande do Sul, com mais de 270 mil votos, 4,6% do total da votação do Estado.
Vitória para o Senado, inédita desde 45
Inácio fortalecerá o PCdoB no Senado, ao lado de Leomar Quintanilha (que elegeu-se pelo PMDB e ingressou no PCdoB em 2005). Com 1,9 milhão de votos, ele teve a preferência de 52,6% dos eleitores cearenses e teve 230 mil votos a mais que seu principal concorrente, Moroni Torgan, do PFL. É a primeira vez que o Partido Comunista elege um senador da República, desde Luiz Carlos Prestes, eleito em 1945 e cassado pela reação dois anos depois, quando o Partido foi posto na ilegalidade.
Outros candidatos comunistas fozeram bonito na disputa para senador. Jandira Feghali, com 3,373 milhões de votos, 37,5% da votação válida no Rio de Janeiro, ficou a 310 mil votos de Francisco Dornelles. Agnelo Queiroz, no Distrito Federal, chegou nos calcanhares do ex-governador (por três vezes) Joaquim Roriz: este teve 51,8%, Agnelo 42,9%. Em Pernambuco, Luciano Siqueira chegou em segundo lugar, com 23,1%, na disputa vencida por Jarbas Vasconcelos (56,1%).
Agora, tudo pelo segundo turno
Com a apuração já avançada, embora não encerrada, já é possível dizer que o PCdoB não atingiu a cláusula de barreira dos 5% da votação para a Câmara. Venceu, porém, a cláusula dos 2% em nove unidades da Federação. E somou mais de 6,3 milhões de votos para o Senado, equivalentes a 7,0% da votação válida para esta Casa. Estes resultados demonstram o quanto é arbitrária a legislação atual, que priva do direito à ''existência parlamentar'' os partidos que não superem a dupla barreira na Câmara.
Fortalecido por estes resultados, O PCdoB lança-se imediatamente na batalha seguinte, a do segundo turno: para os governos estaduais — em especial o do Rio Grande do Sul, onde a comunista Jussara Cony é vice na chapa de Olívio Dutra (PT). Mas, muito especialmente, no segundo turno presidencial, rumo à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva.