Polícia Federal conclui que não houve grampo no TSE

A Polícia Federal deve concluir, nesta quarta-feira (27), o inquérito sobre a suposta instalação de grampos em linhas telefônicas usadas pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio de Mello, e por mais dois ministros da Corte. D

A denúncia sobre o suposto grampo foi feita pela empresa de segurança privada Fence, contratada pelo TSE, e divulgada por Marco Aurélio de Mello no início do mês. Em entrevista publicada no site do Portal Terra, o ministro afirmou que o suposto grampo poderia ter partido do Estado. “Se partiu de particulares, é condenável. Se partiu do Estado, aí merece a ex-comunhão maior. E revela a quadra (época) de opressão que nós vivemos”, disse.


 


Desserviço


 


O deputado Maurício Rands (PT-PE) criticou as declarações do ministro Marco Aurélio de Mello. Para o petista, o presidente do TSE tem se mostrado “precipitado” ao longo do processo eleitoral. “O ministro despiu-se da imparcialidade do alto de sua toga com pronunciamentos precipitados e sem respaldo nos fatos. Ele está fazendo um desserviço à credibilidade do Judiciário”, afirmou.


 


Rands avalia ainda que “com atitudes precipitadas e parciais – às vezes mais parecendo um político de oposição -, o presidente do TSE não está contribuindo para o objetivo de um Judiciário com mais credibilidade”.


 


O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), cobrou “maior equilíbrio” do presidente do TSE. “Esse episódio transmite a todos nós a necessidade de maior equilíbrio daqueles que ocupam funções públicas relevantes, como o ministro Marco Aurélio de Mello. Ele, mais do que ninguém, deve preservar a noção de que ninguém pode ser condenado ou absolvido antes de feita uma investigação”, afirmou.


 


Riscos para democracia


 


Fontana lamentou a repercussão de boatos disseminados às vésperas da eleição presidencial. “Repercutir boatos que incidem em um processo democrático às vésperas de uma eleição é muito perigoso para a democracia do país. Temos que redobrar os cuidados, porque há um clima entre alguns setores da sociedade brasileira de criar instabilidade no regime democrático, e isso é inaceitável. É bom que esses esclarecimento tenham chegado antes da eleição, para que o povo brasileiro perceba que alguns boatos têm sido espalhados com a intenção de prejudicar a candidatura Lula”, afirmou.


 


O líder do PT comentou ainda o fato de a denúncia sobre o suposto grampo ter sido feita pela empresa Fence. A firma ficou em evidência em 2002, com a descoberta de R$1,4 milhão no cofre da empresa Lunus, em São Luís (MA), quantia supostamente destinada à campanha presidencial de Roseana Sarney (PFL-MA).


 


Como a Fence havia sido contratada pelo Ministério da Saúde na gestão do então ministro José Serra, à época também candidato à Presidência, parlamentares do PFL atribuíram a operação de busca e apreensão na sede da Lunus a um grampo ilícito supostamente realizado pela firma de segurança.


 


“A coincidência de uma empresa que já tem uma folha corrida de envolvimento com episódios pré-eleitorais mostra a gravidade do momento, em que o golpismo freqüenta a ação política de muitos atores. Não podemos permitir que esse ambiente golpista prospere”, afirmou Fontana.


 


Fonte: Informes PT