Americanos exigem revelação total de Relatório do Terror
Partes de um relatório anteriormente tratado como secreto revelam que o conflito no Iraque teria aumentado o terrorismo, por isso, membros do Partido Democrata estão pressionando o governo americano para ter total acesso ao relatório, que indica que o con
Publicado 27/09/2006 16:22
Os senadores democratas afirmam que os trechos publicados na terça-feira não dão informação suficiente. ''O povo americano merece saber a história completa e não os trechos selecionados pela administração Bush'', disse o senador Edward Kennedy, reverberando a opinião de outros importantes líderes do partido, como Hillary Clinton e Carl Levin.
Os democratas também solicitaram um encontro a portas fechadas com o diretor da inteligência americana, John Negroponte.
Trechos do relatório foram tornados públicos pela Casa Branca nesta última terça-feira (26/9) depois de terem sido vazados para a imprensa e publicados no jornal The New York Times.
O relatório, elaborado pelas 16 unidades do serviço secreto americano revela que o conflito no Iraque teria aumentado o terrorismo no mundo. Segundo o documento, o conflito no Iraque se tornou uma questão de honra para militantes islâmicos ao redor do mundo e vem ''ajudando a recrutar seguidores para o movimento jihadista global'', além de formar uma nova geração de terroristas.
Apesar do conteúdo do documento ser negativo em relação aos efeitos da guerra no Iraque, correspondentes dizem que os trechos publicados pela Casa Branca são naturalmente parcialmente favoráveis à administração Bush, pois afirmam que a vitória militar no Oriente Médio seria uma grande derrota para o inimigo.
''Eu disse sempre que possível… que o combate fez do mundo um lugar mais perigoso'', disse. O relatório compilado pela National Intelligence Estimate (NIE) reúne os pareceres de todas as 16 agências de espionagem americanas.
Os democratas solicitaram uma sessão secreta da Câmara dos Representantes para dicustir o relatório, mas o pedido foi negado. A congressista Jane Harman disse ainda que existe um segundo relatório da NIE, que trata exclusivamente do Iraque.
''Até onde eu sei, se trata de um retrato bastante sombrio'', ela disse, ''e por causa disso, me disseram que só teremos acesso a ele após as eleições de novembro''. O documento também indica que a segurança dos Estados Unidos teria diminuído depois do início da Guerra do Iraque.
O vazamento do relatório deixou o presidente George W. Bush irritado. Ele vociferou contra seus críticos, taxando-os de ''ingênuos'' porque, segundo o presidente, ''é um erro achar que uma ofensiva contra pessoas que querem nos fazer mal nos deixa menos seguros'', tergiversou.
Nesta semana, o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, declarou em um programa de televisão americano, que se opôs à invasão do Iraque por temer que a agressão aumentasse o terrorismo, como ele revela em seu novo livro.
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