Diretor do Sensus analisa resultados da última pesquisa

O presidente do Instituto Sensus e responsável pela pesquisa CNT/Sensus, Ricardo Guedes, disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim, nesta terça-feira, dia 26, que o candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, ganhou votos de Heloís

“A distância dele (Lula) para a linha limite dos 50% é de nove pontos percentuais, o que indica vitória de Lula no primeiro turno”, explicou Guedes. Segundo ele, apenas 3,2% dos eleitores entrevistados mudaram a intenção de voto em Lula por causa do episodio Vedoin.


 


Guedes lembrou que se a distância de Lula da linha limite dos 50% é de nove pontos, a soma dos outros candidatos também é de nove pontos para baixo, o que daria uma distância de 18 pontos percentuais entre Lula e a soma dos outros candidatos juntos.


 



Leia a íntegra da entrevista com Ricardo Guedes.


 


Com relação aos votos válidos, qual seria a diferença de Lula para os demais, qual a distância que ainda é preciso percorrer para que haja um segundo turno?


 


Ricardo Guedes: Basicamente, ele estaria com 59% dos votos válidos, o que significa nove pontos percentuais em relação à linha limite dos 50%.


 


E a distância dele para os demais?


 


Ricardo Guedes: Ela é muito significativa porque nove pontos em relação a essa linha de 50%, os demais candidatos estariam a nove pontos no limite inferior também desta linha de 50%. Em verdade, nós estamos verificando que houve um acréscimo significativo de Alckmin nos últimos 30 dias. A última pesquisa é do final de agosto.


 


Ele cresceu nos últimos 30 dias?


 


Ricardo Guedes: Sim, ele cresceu significativamente a um total de oito pontos.


 


Mas ele cresceu em cima de Lula ou de Heloísa Helena?


 


Ricardo Guedes: Pelo dados, ele cresce, vamos dizer, com o refluxo de votos de Heloísa Helena para ele, que eram os votos de protesto, onde parte do eleitorado da linha de protesto para alocar os votos naquele candidato que ele acha que pode efetivamente ter uma viabilidade e também em cima dos indecisos. Então, a soma da diminuição dos indecisos e o relativo declínio de Heloísa Helena dão a base de crescimento de Alckmin.


 


Ou seja, Lula está estável?


 


Ricardo Guedes: Comparado a 30 dias, sim. Possivelmente ele apresenta uma ligeira queda porque nós perguntamos do “dossiê Vedoin”, onde 59% do eleitorado tomou conhecimento e 10% do total do eleitorado atribui ao presidente Lula responsabilidade pela compra do dossiê. No total do eleitorado, nós estamos com 3,2% que declaram ter mudado a intenção de voto em Lula por causa do dossiê. Então, isso significa que podemos ter hipótese de que nesse espaço de 30 dias o Lula pode ter crescido relativamente e decrescido relativamente, dando essa noção de estabilidade ao longo de 30 dias


 


De qualquer forma, o que se pode dizer como resultado é que a questão do dossiê não teve impacto sobre o resultado final, que é essa diferença de Lula sobre os demais.


 


Ricardo Guedes: O dossiê certamente terá impacto sobre popularidade e outros indicadores, a questão é se no tempo que falta para a eleição teria um efeito significativo na eleição presidencial já que, vamos dizer, a configuração da história, na percepção do eleitorado e o seu julgamento, tomam um certo tempo para poder ocorrer. Agora, não podemos também deixar de aventar que isso pode ocorrer, depende muito do que vai ocorrer nessa semana. De qualquer forma , os indicadores indicam hoje vitória de Lula no primeiro turno.


 


Você conhece, pela experiência que você tem na pesquisa Sensus, ou em outras que você tenha trabalhado, você conhece, faltando 6 dias para a eleição, é possível que Geraldo Alckmin venha derrotar Lula ou levar a eleição para segundo turno?


 


Ricardo Guedes: É difícil a gente ter uma declaração peremptória em relação a isso porque nós estamos num quadro social bastante inusitado em relação à polícia nacional. Então, seria difícil afirmar peremptoriamente. De qualquer forma, os indicadores indicam vitória em primeiro turno.


 


A sua pesquisa é muito diferente da pesquisa do Estadão de domingo, que é a última conhecida, em que a diferença do Lula para o Alckmin é só de três pontos. Como você explica isso?


 


Ricardo Guedes: Se você pegar as quatro pesquisas, você vai ver uma relativa equivalência dos dados do ponto de vista estatístico. As pesquisas não devem ser entendidas, vamos dizer, em seus números estritos, mas como um experimento estatístico e suas respectivas margens de erro. Então, se você pensar em limites superiores e inferiores das quatro pesquisas ultimamente divulgadas, você vai ver que todas tem um grau de intercessão de empate técnico em seus resultados para Lula e para Alckmin.


 


Fonte: http://conversa-afiada.ig.com.br