Procurador que investiga dossiê tem histórico pró-tucanos

O procurador do Ministério Público Federal em Cuiabá (MT), Mário Lúcio Avelar, voltou a freqüentar o noticiário político nacional com atos e declarações que, mais uma vez, o colocam sob suspeita de agir em benefício do PSDB e deliberadamente contra o P

Avelar é o responsável, no MP, pela investigação sobre a máfia dos sanguessugas, motivo pelo qual também apura o episódio da tentativa de compra de documentos ligando o ex-ministro José Serra ao esquema.


 


Na semana passada, Avelar pediu a prisão preventiva de Freud Godoy, ex-assessor da Presidência da República, e comunicou a imprensa sobre o fato. Freud havia sido acusado de participação da operação e já tinha deposto, espontaneamente, na Polícia Federal.


 


Por absoluta falta de provas e de consistência na acusação, a PF liberou o ex-assessor. Mas Avelar insistiu no pedido de prisão, que acabou negado pelo juiz Marcos Alves Tavares, da 2ª Vara Federal.


 


Em sua justificativa, Tavares considerou “no mínimo estranho e contraproducente” que um pedido de prisão temporária fosse divulgado na imprensa antes de sua análise pelo juízo.


 


Nos últimos dias, Avelar voltou à carga, afirmando aos jornais que os depoimentos dos envolvidos no caso “foram combinados” para dificultar a investigação. Ele também criticou a “atuação lenta” da PF e insinuou que o dinheiro da operação poderia ter vindo do governo.


 


A história de Avelar ajuda a explicar seu comportamento. Na campanha de 2002, por exemplo, ele e outro procurador, José Roberto Santoro, estiveram envolvidos no caso que implodiu a candidatura de Roseana Sarney (PFL) à Presidência da República, quando foram encontrados R$ 1,34 milhão na sede da empresa Lunus, da qual era sócia. Na época, Roseana ameaça ir para o segundo turno no lugar de Serra, que também disputava o cargo.


 


A dupla voltaria a atuar no episódio da fita que mostra Waldomiro Diniz pedindo propina para Carlos Cachoeira. A fita é de 2002 e refere-se a fatos ocorridos no Rio de Janeiro, mas só veio a público em 2004, quando Waldomiro trabalhava em Brasília como assessor parlamentar da Casa Civil.


 


Segundo o noticiário da ocasião, Santoro pressionou Cachoeira para que entregasse a fita original, argumentando que a cópia passada pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) não era uma prova lícita. Paes de Barro, hoje, está na lista dos suspeitos de integrar a máfia das ambulâncias.


 


Por conta dessa suspeita (a de que teriam obtido provas de maneira ilícita), Avelar e Santoro respondem a sindicância interna na Procuradoria-Geral da República.


 


Avelar está também no centro da prisão equivocada do diretor de florestas do Ibama, Antônio Carlos Hummel, ocorrida em 2 de junho do ano passado, imediatamente identificado como petista.


 


Depois de ficar cinco dias detido, a pedido de Avelar, Hummel foi solto por falta de provas. A PF concluiu que, ao contrário do que havia dito o procurador, nada havia contra ele.


 


Avelar alegou que a prisão se justificava porque Hummel não teria evitado “práticas lesivas ao país”, ao supostamente aprovar 197 planos de manejo de madeiras em terras indígenas e unidades de conservação.


 


Mais tarde, ficou demonstrado que os planos já existiam antes de Hummel assumir o cargo e que sua atuação se deu no sentido oposto, ou seja, foi ele quem mandou cancelar as autorizações.


Fonte: www.pt.org.br