Transnístria vota a favor da separação da Moldova

A Transnistria quer ser independente. Se havia dúvidas, agora é uma certeza que segundo as autoridades da região separatista da Moldova está legitimada pelo voto dos eleitores. Segundo a Comissão Eleitoral Central, 97,1% dos eleitores da Transnístria, que

Ainda segundo a entidade eleitoral, 94,6% dos eleitores responderam “não” à segunda pergunta da consulta: “Considera possível a renúncia à independência da República Moldova de Transnístria e a incorporação à República da Moldova?”. A participação no plebiscito foi de 78,6%.



O referendo foi convocado depois de os separatistas terem abandonado em março negociações com a Moldova e a Ucrânia por causa do bloqueio econômico imposto pelos dois países.



A Moldova anunciou hoje que não reconhece os resultados do plebiscito de autodeterminação realizado no domingo.



A Transnístria, uma estreita faixa na margem leste do rio Dniéster, na fronteira com a Ucrânia, rompeu os laços com a Moldova após uma guerra civil (1992-93) na qual os separatistas tiveram o apoio da Rússia.



Desde o fim da guerra civil, a Moldova procura reunir os dois territórios separados pelo rio Dniéster e acusa a Rússia de defender a independência da faixa.



O ministro de Assuntos Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, qualificou hoje a consulta de “democrática” e pediu às partes que retomem as negociações para a solução pacífica do conflito.



Esta semana, as autoridades russas abriram um escritório consular em Tiraspol, capital da região separatista e antiga capital da Moldávia Soviética, onde são expedidas cartas de nacionalidade russa.



“A consulta de domingo não muda nada. O plebiscito foi uma farsa”, assegurou Andrei Stratan, ministro de Assuntos Exteriores da Moldova, citado pela agência de notícias russa Interfax.



O chanceler insistiu em que a Moldova “defende a democratização da Transnístria e continuará lutando pela reintegração do território nacional”.



Antes da consulta, a União Européia e os Estados Unidos negaram que existam paralelismos entre o caso de Transnístria e o de Montenegro, que obteve sua independência da Sérvia em maio após um plebiscito de independência.



O porta-voz da Comissão Européia, Pietro Petrucci, disse hoje que “a UE não reconhece o plebiscito nem os resultados”.



Petrucci lembrou que a república de Transnístria é “uma entidade” não reconhecida pela União Européia nem por “nenhum país do mundo”. A região fica localizada entre a Ucrânia e a Moldova, países que apóiam a política americana e européia na região.