Heloísa Helena passa do limite e PT diz que vai processá-la

O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), informou que “serão tomadas as providências jurídicas cabíveis” em relação à candidata do PSOL à Presidência, senadora Heloísa Helena (AL). Durante discurso de campanha no Rio, ela classificou o presi

A afirmação provocou uma reação dura de Berzoini: “Esse tipo de verborragia não me surpreende, é típico da Heloísa Helena. Ela foi expulsa do PT exatamente pela falta de respeito, por caluniar e difamar companheiros. Não foi por votar assim ou assado. Ela é irresponsável.”


 


“Ninguém pode se esconder atrás da imunidade parlamentar para caluniar e ofender a honra das pessoas, especialmente do presidente da República. Se a imunidade parlamentar é um direito constitucional, a honra também é.”, disse Berzoini.


 



O comitê de campanha do presidente Lula divulgou uma nota curta repudiando o discurso de Heloísa: “As declarações da candidata são uma atitude destemperada que demonstra o seu desequilíbrio, especialmente após a queda nas pesquisas. O departamento jurídico da campanha vai tomar as medidas cabíveis.” Segundo Berzoini, a definição de que tipo de medida será adotada ainda depende de exame.


 


Despencando nas pesquisas


 


O mau humor da candidata do PSOL pode ter sido agravado pelos últimos resultados das pesquisas eleitorais que mostram Heloisa Helena em queda livre. Na pesquisa Datafolha, por exemplo, a candidata vem perdendo pontos paulatinamente, passando de 12% no início do mês de agosto, para 9% na última pesquisa, divulgada na terça-feira (5/9).


 


Hoje, questionada sobre sua queda nas pesquisas mais recentes de intenção de voto, Heloísa Helena fez uma brincadeira, citando uma música da cantora Luka: “Todas as vezes que as pessoas falam das pesquisas, tenho vontade de cantar aquela música: 'tou nem aí, tou nem aí…”, brincou a candidata.


 


Mas por trás da aparente tranquilidade com os números que lhe são desfavoráveis, há um grande burburinho nos meios políticos indicando que não é só a queda na intenção de voto de sua candidata presidencial que preocupa o PSOL. O fiasco da candidatura de Heloisa Helena pode arrastar para fora da vida política institucional também os candidatos proporcionais do partido.


 


Por enquanto, o PSOL não tem garantia de que vá eleger deputados em nenhum estado da federação. Mesmo no Rio de Janeiro, onde o partido é mais forte, a situação está difícil para os candidatos proporcionais do PSOL.


 


Racha interno


 


Pra variar, a Frente de Esquerda (PSOL-PSTU-PCB), coligação que apóia Heloisa Helena, também enfrenta problemas de divisão interna.


O projeto de programa de governo da candidata está abrindo uma crise na coligação. O PSTU, de inspiração trotskista, não aceita a versão do texto preparada pelo candidato a vice-presidente pela chapa, César Benjamin, por considerá-la moderada demais. A menos de um mês da eleição, a aliança poderá até ficar sem proposta programática: para evitar divergências, a aliança pode lançar um documento genérico, que não provoque polêmica. Uma reunião da executiva do PSOL nessa terça-feira, em Brasília, nada resolveu: não houve quórum.


 


A divergência que opõe o PSOL ao PSTU é de fundo. A concepção de Benjamin, aparentemente apoiada pela senadora, é fazer um “projeto de nação”, o que exigiria propostas factíveis e diálogo com setores do empresariado. Por isso, o texto não prega o calote das dívidas interna e externa. Já o PSTU, defensor de uma “revolução mundial”, quer enfrentar o “imperialismo”, o que implicaria romper com a comunidade financeira e o empresariado. Seus integrantes criticam propostas como a redução na taxa de juros, considerada insuficiente. Argumentam que o texto defende a conciliação de classes e é nacional-desenvolvimentista. Em resposta, pregam a imediata suspensão do pagamento dos débitos – um calote.


 


Por meio da assessoria de imprensa da candidata à Presidência, o PSOL informou que o texto de Benjamin não é oficial, não tendo sido aprovado ainda por nenhuma das legendas que integram a frente. Não haveria, portanto, motivo para protestos por parte do PSTU.


 


Da redação,
com informações das agências